Na Segurança a perna coxa não acompanha a perna sadia e os homicídios voltam a crescer
Não poderia ser mais desolador e mais evidente de que algo vai mal na Segurança pública do que estes números apresentados pelo G1, municiado pelo Monitor da Violência com dados que aferem a escalada de violência na Paraíba e nos demais estados de forma imparcial e até cruel porque contradiz informações oficiais
Abstraindo-se a realidade cruel dos números fica a certeza que o sistema de segurança do estado capenga com uma perna não suportando o peso da responsabilidade principalmente depois que a muleta que lhe servia de apoio desmoronou.
Os 13 por cento de aumento dos homicídios em relação ao mesmo período do ano passado comprova que uma perna não acompanha os passos da outra comprometendo o ritmo da caminhada
Os homicídios não acontecem mais na calada da noite ou na tocaia montada por trás das porteiras; são cometidos à luz do dia e qualquer um pode ser o alvo desta violência acintosa, já que a prevenção deixou de existir e o que devia ser ostensivo passou a ser festivo e oportunista sempre na carona dos acontecimentos que rendam visibilidade e possam garantir a permanência em cargos públicos
Não há planejamento e o palco dessas tragédias sangrentas muitas vezes situados nas vizinhanças de quartéis mostrando que a prevenção deixou de ser ostensiva para ser eventualmente empregada em ações que atendam as expectativas de momento como a intervenção para combater aglomerações.
Resumindo: se morre de Covid e de bala na Paraíba enquanto a perna sadia tiver que arrastar a perna coxa.
Paraíba tem a 2ª maior alta do país em número de assassinatos no 1º trimestre de 2021
A Paraíba teve um aumento de 13,6% nos assassinatos nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2020, sendo o 2º estado do país com maior crescimento no índice. Os dados são do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
Em janeiro, fevereiro e março, foram registradas 300 mortes violentas, contra 264 no primeiro trimestre de 2020. Ou seja, 36 a mais. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.
Apenas cinco estados contabilizaram alta no período: Roraima (18,8%), Paraíba (13,6%), Maranhão (11,5%), Piauí (1,3%) e Pará (0,5%). A média nacional foi de queda de 11%, após um 2020 violento que interrompeu uma tendência de redução do índice em dois anos consecutivos.
O levantamento, que compila os dados mês a mês, faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.