340 cobras foram resgatadas na Grande JP, a maioria em casas
Só este ano, 340 cobras já foram resgatadas na grande João Pessoa, de acordo com informações do Batalhão de Polícia Ambiental do Estado. O dado indica como é comum aparecer cobras em residências na região, o que coloca a população em situação de risco. Foi o que aconteceu na última quinta-feira (25), em uma residência, no bairro Cruz das Armas, na capital. Os moradores encontraram no banheiro da casa uma cobra jiboia com um metro de comprimento, aproximadamente. Eles acionaram a polícia ambiental e o animal foi resgatado, sendo, em seguida, solto para seu habitat natural.
Os dados justificam a incidência de casos de picadas por esse animal, de acordo com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox), foram registrados 102 casos de picadas provocadas por serpentes, sendo a maioria delas também na grande João Pessoa. Com número de serpentes que já foram resgatadas e o número de atendimento por picadas de cobra, a população fica exposta e deve ficar atenta, para se precaver caso se depare com tal situação.
O comandante do Batalhão da Polícia Ambiental, o tenente-coronel Melquisedes Lima em situações como essa é importante não perder o animal de vista, mas também não é bom ficar tão próximo para não correr o risco de sofrer o ‘bote’. Ele explicou que dessa maneira ajuda o trabalho da polícia para que a guarnição não vá ao local e o animal já tenha saído, depois de ter feito a busca. “Perde-se o tempo e o solicitante sempre fica na dúvida, caso não ache o animal, se ele ainda está lá ou se já foi embora”.
Ele explicou ainda que “nesse caso específico foi uma jiboia que não tem peçonha, mas por não conhecer e não saber se é venenosa, a gente pede que não ataque o animal e que não fique tão próximo para não se machucar, mas que acione o batalhão ambiental através do 190”. Além disso, alertou que ferir ou matar o animal, é crime ambiental previsto em lei.
Quanto à realização do resgate de animais silvestres, o tenente-coronel contou que é feito por meio de técnica, com equipamentos adequados ou através da pega manual. Segundo o comandante, cada animal é resgatado de uma forma e depende muito do que o ambiente propicia para realização do resgate.
Ele disse ainda que nos casos em que o animal está ferido, este é levado para o Ibama. “A gente já chegou a resgatar animal aqui, em João Pessoa, que o habitat natural dele é na África, então, a gente apresenta ao Ibama para que tome as providências, porque se o soltarmos aqui corre o risco de ele não sobreviver”.
O comandante do Batalhão da Polícia Ambiental, o tenente-coronel Melquisedes Lima, esclareceu o motivo de aparecimento de cobras em residências. “Não são as serpentes que estão invadindo as casas, mas são as casas que estão invadindo o espaço do meio ambiente dos répteis. E elas por terem sangue frio, nesse período mais frio do ano, elas procuram locais quentes para aquecer o corpo, porque não têm o mecanismo de temperatura que compensa a frieza do ambiente, por isso o surgimento de serpentes e répteis em geral nessa época”, elucidou.
Transcrito do jornal A União
Foto de Edwin Lopez/Pexels