Eleições municipais custaram R$ 13 bilhões no país
Chegamos no final de semana das eleições. Neste domingo, milhões de brasileiros estarão indo às urnas votar em seus candidatos a prefeitos e vereadores de suas respectivas cidades.
Somos mais de 155 milhões de eleitores aptos a votar, uma alta de 5,4% em relação a 2020, sendo 135 milhões obrigatórios e 20 milhões facultativos — adolescentes +16 e idosos +70.
Além do prefeito de cada um dos 5.569 diferentes municípios, também serão escolhidos mais de 58.000 vereadores ao redor do país.
Panorama da disputa política pelo país
Se você tem em mente que estamos em um dos momentos mais polarizados da história, o domínio das prefeituras Brasil afora não mostra exatamente isso. Ao que parece, quem está no topo é o Centrão — e isso não deve mudar. Hoje, o PSD é o partido com mais prefeituras (968), seguido do MDB (838).
- Essa pesquisa, que mostra que 57% do eleitores não se consideram nem de direita, nem de esquerda, também prova isso. Mas, se olharmos para a comparação PL vs. PT, o partido do Bolsonaro fica na frente hoje, com 371 prefeituras, contra 182 prefeituras do partido do Lula.
- Ao que tudo indica, esse panorama deve continuar ou até piorar para o partido do presidente. Isso porque a esquerda não está com candidatos em 51% dos municípios — 2.859 dos 5.569.
Imagem: Poder 360
Considerando as 103 cidades com +200 mil eleitores — que podem ter segundo turno — nomes apoiados por Bolsonaro lideram em mais locais do que candidatos ligados a Lula. Se olharmos somente para as capitais, candidatos de Lula lideram em 6 capitais, enquanto os de Bolsonaro lideram em 14. Veja no detalhe aqui.
Um número bizarro: Ao todo, 2.951 municípios (53%) têm até dois candidatos na disputa pela prefeitura — 214 deles têm apenas um.
O dinheiro por trás de todas essas disputas
Se as eleições municipais fossem uma empresa, elas teriam um faturamento do nível de grandes companhias listadas na nossa Bolsa de Valores: 13 bilhões de reais.
- Recursos públicos: R$ 11,8 bilhões (90,47%)
- Recursos privados: R$ 1,2 bilhão (9,53%)Boa parte disso vem do Fundo Eleitoral de R$ 4,91 bilhões, que é 150% maior que o das eleições de 2020 e o maior da história para uma eleição municipal.
- Boa parte disso vem do Fundo Eleitoral de R$ 4,91 bilhões, que é 150% maior que o das eleições de 2020 e o maior da história para uma eleição municipal.
- No entanto, até os registros mais recentes, desses R$ 13 bi, “apenas” R$ 7,9 bilhões foram usados pelas campanhas — lembre-se que ainda vem 2º turno pela frente.
Do total de R$ 7,9 bilhões, R$ 6,5 bi já foram despesas pagas, logo contabilizadas. Dentro disso, R$ 4,3 bi aparecem como “transferências para candidatos” — sem dar para ver detalhes do uso.
No final das contas, só é possível ver especificações dos outros R$ 2,2 bilhões. Dessa quantia, há diversos tipos de gastos (veja todos aqui), mas esses são os principais:
- Publicidade por materiais impressos: R$ 534 milhões (24%)
- Serviços prestados por terceiros: R$ 262 milhões (12%)
- ️ Produção de programas de rádio, TV ou vídeo: R$ 186 milhões (8,5%)
- Serviços advocatícios: R$ 160 milhões (7,3%)
- Publicidade por adesivos: R$ 159 milhões (7,2%)
- Impulsionamento de conteúdo: R$ 146 milhões (6,6%)
Falando em impulsionamento de conteúdo, o Facebook (Meta) foi a empresa em que os candidatos mais investiram verba: um total de R$ 80 milhões. Tio Zuck sorrindo à toa. Aprofunde nos dados aqui se quiser.