PMs envelhecidos, exauridos, doentes e deprimidos fazem a segurança dos paraibanos
O governador João Azevedo impelido por sua formação humanitária devia dedicar um olhar mais atento e cuidadoso a situação que atravessa a Polícia Militar no que diz respeito ao respeito que a Legislação impõe para amparo daqueles servidores que chegaram a idade de se reformar e não conseguem pela realidade de penúria que atingirá seus soldos, reduzidos em 40%, se optarem por vestir o pijama.
Um efetivo envelhecido, doente e deprimido está a serviço de uma corporação manipulada, empregada e direcionada para atender uma proposta de perpetuação de cargos e a interesses particulares, pouco importando as consequências, que começam aparecer de forma apavorante pressentida por um clamor surdo rugindo em todas as regiões do estado, mas que não sensibiliza quem devia se sensibilizar empenhado apenas em demonstrar uma normalidade que os recantos da corporação não respaldam mais, e os rumores de sofrimento chegando a tona em manifestações que ultrapassam os muros dos quartéis por mais distantes que estejam do alto comando.
São velhos policiais, a maioria já em idade de estar em casa, mas ainda empenhados em missões que só a juventude suporta; metidos em viaturas, empregados em plantões que suas forças já combalidas não aguentam mais; submetidos a escalas estafantes, até mesmo para os jovens companheiros, sem perspectiva da merecida reforma por conta da redução de seus soldos e de uma politica voltada para a preservação de cargos de comando, onde a tônica é tirar sangue de pedra para não perder as regalias que uma prática de favores estabeleceu ao longo de 10 anos.
Como consequência dessa política desastrada, que explora o trabalho e coloca em risco a segurança e a integridade física de servidores como também a própria segurança pública, prestada por agentes que já não apresentam condições físicas para a função.
As gambiarras inventadas para que essa força policial combalida e exaurida pela idade permaneça atuando já não surtem efeito; e o que devia ser empregado no serviço interno da instituição, indo para as ruas, numa batalha desigual com o tempo e com os marginais.
O governador podia pensar em medidas paliativas, já que o erário não comporta a contratação de novos policiais, e determinar que essa força de reserva seja empregada nos serviços internos enquanto espera que a legislação pertinente seja aplicada em sua plenitude e ela possa, por fim, envergar o pijama.
Porque do jeito que está é a verdadeira servidão humana de Cabedelo a Cajazeiras.
Abaixo transcrevemos trecho de uma carta enviada ao editor por velhos guerreiros:
“Estamos preso e acorrentado de fato, pois não podemos ter o direito de ir para reforma, trabalhamos tanto pra chegar no final dos 30 anos e por um golpe administrativo financeiro diabólico, tenhamos que permanecer nas viaturas atendendo ocorrências, mesmo com a idade avançada, com o risco de contrair COVID.
Chega de tanto sofrimento! Sabe-se que ao passar das noites e noites acordadas – tenhamos o envelhecimento rápido de tanto estresses e cobranças, não temos mais o vigor da juventude com força e atenção. O cansaço é tanto que dormimos nas viaturas, isso tornar-se o serviço muito perigo? Creio que na sua cidade também estejam assim com policiais que não dão mais resultados, chamamos de corpo mole! Em termos números não tenho como te dizer, mas percebesse pelos semblantes dos velhos guerreiros que estão tentando defender a sociedade – porém as forças já acabaram! A guarda da reserva remunerada GMR não temos interesse porque é um serviço isolado e os comandantes dos batalhões nos humilham, melhor saída é equiparar o salário para ser justo, reformar todos pela idade compulsória, abrir mais vagas para concursos – porque só com caras novas mudaram a realidade da segurança pública do Estado.
Contudo, pedimos o seu apoio pra nos guiar pelo caminho da liberdade para a tão sonhada reserva, para que a gente dê atenção à nossa família e cuidar do nosso lar. Aproveitar o resto de vida que nos restam. Enfim queremos que o amigo seja nosso Comandante superior e leve as autoridades o nosso simples apelo: queremos ir pra casa?”