Guerra surda nos bastidores pode causar outra baixa no Governo e tumultuar promoções na PM -receio de ações por improbidade aconselha promover apenas por antiguidade
Trava-se nos bastidores do Governo uma luta surda entre o que se pode denominar de luz e treva. E o pomo da discórdia seriam as promoções para o próximo dia 21, quando se comemora o Dia do Patrono da corporação, Tiradentes.
Completamente deformada pelas promoções de critérios duvidosos, que desvirtuaram a estrutura da corporação, beneficiando interesses pessoais, pautados numa concepção de domínio e controle pleno da instituição, teria prevalecido nesse espaço de 10 anos.
Como consequência dessa visão atrofiada, o caos foi instalado irresponsavelmente ao ponto de provocar um alerta do TCE para o crime de improbidade.
A questão se resume em: deve-se ou não promover por merecimento critério que contempla exclusivamente as promoções a coronel cujo quadro inchou de tal maneira que, previstos são 15 no quadro de combatentes e hoje já conta com 26.
Caso prossiga a farra de promoções gemadas, coronéis devem chegar aos 29, o que, se for efetivado propiciaria ações de improbidade contra o governador.
E elas já estariam sendo estudadas no silêncio dos que acompanham atentamente o desenrolar dos fatos.
O desastre das promoções, orientadas pela ótica do domínio absoluto da corporação, produziu o caos, e a Polícia Militar proporcionalmente teria mais oficiais que praças, numa inversão que estarrece quem conhece a estrutura das demais corporações do país.
Enquanto sobram coronéis, batendo continência pelos corredores, apavorados com o fantasma da reserva, subservientes a tudo que lhes garanta o bolso, faltam praças, cada vez mais, já que não existe bengala para eles.
Em razão dessa atrofia e de uma psicopatia pelo poder as promoções do próximo dia 21 têm alimentado uma guerra surda entre os que criaram a situação e os que estão resolvidos interrompê-la.
Com esses estaria a simpatia do governador, o grande prejudicado, caso a enxurrada de coronéis prossiga incontrolada, inspirada pela insanidade de quem não admite largar o osso.
O ataque está sendo intenso e, de certa forma inescrupuloso, como sinalizam setores do Governo, recorrendo a tudo o que é golpe abaixo da linha da cintura.
Caso não haja promoção por merecimento, o desgaste de quem alimenta essa política de favores, em troca de domínio, será intenso e pode causar mais uma baixa na tropa de choque socialista, o que se constituiria na terceira em um curto espaço de tempo.
Vamos aguardar o desfecho.