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Explicações sobre boinas “francesas” confundem ainda mais a compra do produto adquirido pela Polícia Militar

Depois que o “dossiê” das boinas e coturnos explodiu na imprensa nuvens negras de suspeitas pairam sobre a gestão do comandante Euller Chaves, acossado por denúncias de todos os tamanhos e calibres, tornando quase insustentável sua permanência no cargo no qual vem se mantendo a custa de serviços, cada vez mais nebulosos, haja vista as denúncias que pipocam todos os dias, e das relações de intimidade que o oficial mantinha com aquela parcela sombria do Governo passado boa parte com hospedagens nas celas dos quartéis, e outra pontificando nos processos abertos pelas investigações do Gaeco para apurar o propinoduto socialista.

As famosas boinas francesas são produzidas na Torre, em JP

Ao tentar justificar a compra com ingredientes de superfaturamento das boinas, e ao incentivar a participação no programa de rádio do coronel responsável pela Diretoria de Apoio Logístico da corporação, coronel Paulo Sérgio – oficial de trajetória turbulenta dentro e fora da instituição, com histórico de violência e desacato, naquele estilo que agrada ao comandante geral, terror dos motociclistas e motoristas e aplaudido por donos de reboque – o Comando Geral apresentou uma emenda pior que o soneto.

Na intervenção feita pelo coronel Paulo Sérgio durante um programa de rádio da cidade para explicar a variação de 128%, no preço das boinas “francesas”, fabricadas na Torre, numa micro empresa localizada na Rua Carneiro da Cunha, próximo ao mercado, que de francesa só tem a marca caprichosamente desenhada pela fabriqueta paraibana, o coronel expõe toda cavilação de sua participação, ao querer passar para o público ouvinte a convicção que o custo maior das boinas, acontece em razão de sua origem estrangeira, o que fica demonstrado ser apenas um ardil usado cavilosamente para valorizar o produto e dar uma satisfação de amarelo na tentativa de refutar e esmaecer a gravidade da denúncia sobre o que vem acontecendo nos porões da corporação e particularmente no interior da Diretória de Apoio Logístico cujas portas se realmente abertas pode revelar outras surpresas como a dos coturnos e das boinas.

Empresa localizada na Torre que confecciona as boinas francesas da Polícia Militar

O Diretor da DAL desperdiçou uma grande oportunidade para explicar como se faz a distribuição das boinas pelas diversas unidades da corporação espalhadas pelo estado porque o total de quase 1 milhão de reais daria para comprar boinas para todo efetivo, o que parece não ter acontecido diante das cobranças por cobertura dos militares estaduais.

Contratos para compra das boinas francesas

O áudio que transcrevemos em vez de esclarecer nubla ainda mais o episódio porque fica evidente que as boinas de francesa só têm o designe e as designações em francês, o que não lhes confere a origem atribuída e menos ainda justifica a variação exorbitante de 128% no produto adquirido ao longo desses oito anos de absoluta falta de transparência haja vista processos como o do Fundo de Saúde onde explicações fajutas foram rejeitadas por órgãos como o Ministério Público do Tribunal de Contas do Estado.

A documentação, que divulgamos no bojo da matéria, joga no descrédito a versão apresentada pelo diretor de logística da corporação, porque fica sobejamente comprovada a origem da empresa que presta serviços tão rentáveis a Polícia Militar no comando do coronel Euller: genuinamente paraibana, contrariando as declarações públicas do coronel Paulo Sérgio de serem francesas as boinas adquiridas pela Diretoria de Apoio Logístico algo que poderia ter certa credibilidade se a Vende Tudo Magazine tivesse sua localização pelo menos em Bayeux, cidade considerada francesa pela maledicência popular.

Mas como no universo das licitações tudo é possível, a origem das boinas francesas pode ter explicação caso a Vende Tudo Magazine, que pelo jeitão vende tudo mesmo, seja uma mera representante da empresa francesa na Paraíba dos produtos tão enaltecidos pelo diretor da DAL e tenha sua sede em solo nacional sabendo-se que o proprietário seria um velho fornecedor da corporação.

Coronel Paulo Sérgio, diretor da DAL

 

Acima o áudio com as justificativas do coronel Paulo Sérgio ao programa confirmando a origem francesa das boinas confeccionadas na Torre

Pela longevidade no cargo, o coronel Euller seria uma versão brasileira – e paraibana tanto quanto às empresas que fabricam as boinas da PM – do lendário Edgar Hoover, diretor do FBI, que serviu a oito presidentes americanos e a 18 secretários de Justiça, e só saiu do cargo exonerado pela morte.

Uma ligeira semelhança física e de caráter aproximam o coronel do diretor do FBI

Edgar Hoover celebrizou-se pela capacidade de produzir dossiês, com os quais intimidava o Governo e a fauna política dos Estados Unidos.

Um monstro de astúcia, de  sagacidade, muito parecido com o nosso comandante.

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