Comportamento estranho do MP/PB pode ser investigado pelo Conselho superior do órgão
A aqui desse pequeno espaço já se questionou por várias vezes o comportamento estranho do Ministério Público da Paraíba de uma parcialidade que estarrece em diversas oportunidades, não apenas em relação à Operação Calvário, mas também em outras de menor repercussão.
Certas investigações, envolvendo figurões, já foram questionadas e cujo desfecho jamais acontece ou sequer se inicia, com as denúncias caindo no vazio e na complacência desse órgão tão vital para a Democracia.
Indaga-se nos bastidores da Imprensa, o que estaria emperrando o Ministério Público paraibano, estranhamente, em descompasso com os demais, quando situações semelhantes são investigadas e reveladas em toda profundida, atingindo aqueles que se encontram no topo da hierarquia pública ou privada, mas que na Paraíba afunda nas gavetas sem os desdobramentos indispensáveis e sem os impreteríveis esclarecimentos.
O que se percebe aqui é uma morosidade, que cheira a cumplicidade, e esse odor parece ter chegado às esferas superiores do órgão, já que uma inspeção do Conselho Nacional do Ministério estaria para chegar ao Estado, segundo informa o jornalista Helder Moura, em seu blog.
Das evidências
Situações que beiram o escândalo acontecem sem que o Ministério Público interfira e, em algumas, membros da instituição estão envolvidos, como é o caso da suspeição do promotor que retirou Ricardo Coutinho do processo que investiga a morte de Bruno Ernesto, para a indignação materna causar constrangimento e solidariedade a sociedade. Nesse caso, o grau de parentesco do promotor com o líder do Governo que passou, não foi o suficiente para estabelecer a suspeição.
O ex-governador também estaria sendo processado por supostos desmandos administrativos e tem como promotora no caso a esposa de um coronel da Polícia umbilicalmente ligado ao comandante geral, com pretensões a sucessor, mas nada dessas relações, no mínimo nebulosas, incomoda o órgão na Paraíba, e tudo passa em brancas nuvens, e em conveniente silêncio.
Seriam esses sinais de fumaça de suspeição, que teriam sido identificados do planalto central e sugerido a inspeção, que pode detectar algo bem mais grave, já que a operação de maior destaque, a Calvário, simplesmente empancou.
Acrescido a tudo isso, denuncias como as escutas clandestinas desaparecem como ecos, sem causar a menor apreensão ao Ministério, que age contrário ao que realizou o de Alagoas, que denunciou o governador pautado em argumentos constitucionais, que não movem o daqui e nem mostra se preocupar que uma atividade criminosa se desenvolva da forma tranquila como acontece na Paraíba, apesar de todos os indícios de sua atividade sombria.
Juízes aparecem em situações suspeitas, em envolvimentos com réus de operações como a Calvário, mais nada acontece nem as dúvidas são afastadas para não macular a imagem da Justiça como se ela não devesse satisfação à sociedade.
É um mundo tenebroso de difícil acesso, que se mexe nas sombras, respaldado pela toga da Justiça e que pode tragar reputações, caso se deixe manipular pelos poderosos.
Abaixo transcrevemos o texto de Helder Moura:
Os ruídos das divergências internas do Ministério Público da Paraíba, sobre a condução de algumas investigações tocadas pelo Gaeco como a Operação Calvário, soaram tão alto que chegaram a Brasília. Precisamente ao Conselho Nacional do Ministério. Conforme, aliás, já especulado desde a semana passada (mais em http://bit.ly/2m4ai7c).
Informações obtidas pelo Blog, com exclusividade, na noite desta terça (dia 1), indicam que está a caminho uma inspeção do Conselho Nacional, próxima semana, no MP da Paraíba. Há a preocupação de que divergências internas, e também influências de forças externas, poderiam estar comprometendo o andamento das investigações em prejuízo do nome da instituição.
Até onde o Blog pode apurar, o objetivo de setores hostis à Calvário seria o de frear o curso das investigações, especialmente a partir da delação da ex-secretária Livânia Farias que, inclusive, já resultou no desvendamento do escândalo do Propinoduto. Foram especialmente esses abalos sísmicos captados pelos sensores do Conselho Nacional.
Há a constatação de que, apesar das investigações terem chegado a vários figurões, há meses não ocorrem novas fases da Operação Calvário.