Reunião de rotina convocada pelo governador pode evoluir para a exoneração coletiva
Uma notícia difundida pelo blog do jornalista Luiz Torres, informando a reunião desta segunda-feira, convocada pelo governador João Azevedo, exigindo a presença de todos os secretários e ocupantes de cargo de direção no Governo, tem uma pitada de mistério.
Uma reunião tão abrangente teria que ter sido anunciada pela Secretaria de Comunicação, que saiu atrás do jornalista, mais rápido no gatilho, mostrando que ainda tem muita influência no Governo, ao ponto de antecipar encontro tão estratégico e tão sugestivo diante do clima de emulação que envolve o PSB.
Depois de movimentar o noticiário e de repercutir em espaços umbilicalmente atrelados ao Governo – pelo menos enquanto Luiz foi secretário – a informação foi confirmada pela Secom, mas enquadrada aos interesses burocráticos da gestão, obscurecendo qualquer conotação politico que a reunião possa sugerir.
Mas, enquanto o Governo restringe a informação às fronteiras da burocracia, emprestando ao encontro um caráter de ajustes de ações e planejamento, nos espaços insondáveis do universo político – povoado de mexeriqueiros e maledicentes -, João teria convocado sua tropa para anunciar projetos políticos de caráter transformador, que dariam a sua gestão um perfil mais aproximado ao dele.
O governador completa um ano de eleito nesta segunda-feira e esse seria um dos motivos para a reunião: avaliar, planejar e projetar o Governo, que vem recebendo surpreendentes índices de aprovação, em todo estado, comprovando que o timoneiro conhece bem a rota antes tantas vezes percorrida como auxiliar.
Esse caráter administrativo do encontro foi ressaltado por setores do Governo, que ignorou qualquer conotação política emprestada pela balbúrdia que tomou conta da imprensa, depois que Torres levantou as cortinas do Centro de Convenções para o evento desta segunda-feira.
Uma pauta relevante, mas que foi ignorada pela Secom, até Luiz Torres reencarnar o secretário e agitar o mundo político, causando sobressaltos em muita gente, já que o teor do encontro não foi revelado e a convocação adquiriu ares de intimação.
Há quem assegure que não terá bolo nesse encontro marcado para o Centro de Convenções: nem bolo muito menos vela para apagar, o que pode nublar o semblante de muitos convidados indo ao encontro sem saber se voltam para casa como integrantes de um Governo que, pelo mistério, pode estar deixando de ser seu como vociferou a vereadora Sandra Marrocos ao desafiar o governador.
No mundo das apostas políticas muita gente acredita que o governador exigirá uma renúncia coletiva para enquadrar melhor sua gestão diante da resistência proclamada pela vereadora Sandra Marrocos, alegando que o Governo continua sendo de Ricardo e que ninguém vai entregar o “que é nosso”.
Caso cabeças venham ser cortadas, os decepados podem cobrar o prejuízo a Sandra.