Prioridade para vacinados nos hospitais
Ontem tive a grata surpresa de ouvir Reinaldo Azevedo comentar, em seu programa “O é da coisa”, na Band News, um pensamento que lá em casa corre frouxo desde que começou a vacinação contra a covid-19: quem se recusa a tomar a vacina, também está abrindo mão de atendimento prioritário na rede pública ao contrair a doença. A vaga precisa ser cedida a quem se vacinou, a quem se cuidou e contribuiu, assim, para reduzir os índices de contaminação geral. Quanto menos hospedeiros houver, mais cedo a pandemia será controlada.
Os hospitais no Brasil estão voltando a ficar lotados, sem vagas nas UTIs. Na imensa maioria, são leitos ocupados por pessoas não vacinadas – por ignorância, por cegueira intelectual, por teimosia ou idiotice, mesmo, característica própria dos hipnotizados pelas fake news.
O presidente Bolsonaro determinou sigilo por 100 anos sobre sua situação vacinal. Pra mim, isso não passa de um recibo de que ele se vacinou contra covid-19, sim, só não quer revelar isso para não perder os votos do gado descerebrado que o segue e que compartilha, em grupos de whatsapp, notícias negacionistas que promovem pânico na população menos informada. Será que essas pessoas não se dão conta de que contribuem para o aumento do número de mortes?
É claro que o Ministério da Saúde jamais permitirá que se negue internação aos negacionistas, mesmo que, na fila, se encontrem pessoas que revelaram maturidade e responsabilidade ao buscarem a imunização. Mas o Congresso Nacional poderia se mobilizar, se quisesse, no sentido de priorizar o atendimento aos vacinados. Não é assim, em outros locais, com o passaporte da vacina?
Ninguém pode argumentar “direito à liberdade”, nesses casos, porque isso implica ferir o direito do outro à saúde e à vida. Nenhum bem jurídico é maior que a vida. Esse é o mais importante direito fundamental. E, como o maior bem jurídico tutelado, condiciona os demais direitos.
Dá pra entender ou é preciso desenhar?