Vereador de Bayeux é processado por adulteração de documento público; laudo da Polícia Cientifica confirma a fraude praticada por Rony Peterson
A política no Brasil consagrou-se como uma atividade onde abriga o que existe de mais seleto na bandidagem celebrizada pelos morros cariocas aonde ser malandro adquiriu a conotação de refinamento na habilidade de ludibriar os incautos e desprevenidos, aplicando golpes baixos e rasteiras para se atingir objetivos invariavelmente criminosos.
Do Congresso, passando pelas Assembleias, até as Câmaras Municipais, o que mais habita esses ambientes, transformados em esgotos, são os gabirus.
Em Bayeux, pequeno município que ostenta o nome da primeira cidade francesa libertada pelos aliados, na Segunda Guerra, um dos mais emblemáticos dessa raça de roedores faz carreira pelos escombros da indecência, acobertado pelo nome sonoro de uma celebridade do mundo da velocidade, o Sueco Voador, Rony Peterson.
Com esse nome famoso, o vereador Rony Peterson de Andrade Alencar usa o prestígio da Câmara de Bayeux para dar golpes nos incautos que o procuram para fazer negócios, confiados na sua condição de representante do povo.
Movidos pela boa fé assinam documentos posteriormente fraudados pelo vereador como pode ser comprovado pela ação que lhe move o Ministério Público ao reconhecer que o parlamentar adulterou um cheque que lhe foi passado por uma de suas vítimas, Jaerson Alves da Silva.
A artimanha do referido vereador, que já chegou presidir a Câmara Municipal, foi reconhecida pelo Ministério Público, depois de confirmada a adulteração pela perícia grafotécnica, realizada pelo Instituto de Polícia Científica.
A ação penal corre nos tribunais e serve para realçar o nível moral dos agentes políticos desse país: na fronteira da marginalidade. Um vereador de um município que integra a região metropolitana da capital, nos arredores do centro mais desenvolvido do Estado, age como um agiota qualquer falsificando documentos, sem o menor receio, mostrando o grau de promiscuidade que atingiu a política no país.
Se numa transação comercial a dois, o Rony Peterson de Bayeux mostra a velocidade que tem nas mãos para surrupiar o alheio, a indagação é: o que esse campeão da malandragem rasteira não será capaz de fazer nos recintos mais fechados de um parlamento.
O processo corre célere na Justiça Comum, mas paralelo a ele devia ser aberto um procedimento para cassar o mandato desse elemento por quebra de decoro.