Ministério Público do Maranhão e do Piauí denuncia coronéis por improbidade e espionagem; na PB também pipocam denúncias contra a caserna
A vida nos estados do Maranhão e do Piauí não é tão fagueira para militares, mesmos aqueles das patentes mais graduadas. Nesses estados, dois coronéis enfrentam às barras da Justiça, denunciados pelo Ministério Público por atividades ilícitas, como espionagem e improbidade, mostrando que os órgãos que defendem a sociedade, naqueles estados do Norte, não relaxam no exercício da fiscalização, que lhes confere a Constituição.
No Maranhão, o coronel Heron Santos tornou-se réu numa ação movida pelo Ministério Pública denunciando sua atividade de espionagem durante as eleições de 2018, que favoreciam o Governador do Estado.
No Piauí, o ex-comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Augusto, hoje deputado, foi denunciado por improbidade administrativa numa ação que tramita na Primeira Vara dos Feitos da Fazenda.
O coronel então comandante teria promovido licitações suspeitas e uma das associações ligadas à corporação solicitou informações sobre elas, que nunca foram esclarecidas pelo oficial, o que justificou a interpelação do Ministério Público para exigir os devidos esclarecimentos.
Na Paraíba
Na Paraíba, pelo volume de denúncias, o cenário não é muito diferente e ações proliferam na Justiça buscando desvendar situações estranhas no âmbito da Polícia Militar, que incluem entre outras coisas compra de boinas, coturnos e até quentinhas.
Também circula na imprensa denúncias sobre espionagem telefônicas e aquisição de equipamentos de escuta, destinados a essa atividade, e até desaparecimento de aparelhos desativados, cujo paradeiro seria incerto e não sabido, o que alimenta as especulações sorrateiras de que, muita gente estaria sendo alvo de chantagem do esquema criminoso desvendado pela Operação Calvário, pressão que estaria garantindo cargos e privilégios.
Um volume de denúncias sobre essas estranhas operações de caserna já teria sido enviado ao Gaeco e aguardam-se desdobramentos para qualquer momento.
A Operação Calvário, que teve início na área da Saúde do Governo passado, estendeu-se para outros setores mostrando que a infiltração do esquema que surrupiou 1 bilhão dos cofres públicos seria mais extensa do que se supunha a principio, enveredando para outros setores da máquina estatal.
Há um clima de expectativa e apreensão dentro do Governo notadamente naqueles recantos, onde os laços de aproximação com a gestão passada são apertados difíceis de se desvencilhar. A cada prisão bate o desespero e o pavor de se deparar com o Gaeco à porta logo cedo da manhã e as especulações sobre delações tirando o sono de muita gente.
E o eco de áudios com gravações sobre o “Gaeco vai te pegar” atravessando noites e madrugadas insones.