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Rivais de Lula e Bolsonaro querem estancar campanha do voto útil

Rivais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) tentam estancar a campanha por voto útil já no primeiro turno e evitar um aprofundamento da polarização da corrida presidencial entre os dois, que juntos detêm em torno de 70% nas pesquisas.
Em tática de sobrevivência, candidaturas como as de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) se esforçam para convencer eleitores de que a antecipação do segundo turno só interessa aos favoritos, empobrece o debate e acirra a divisão na sociedade.
Há quem diga que o afunilamento prejudica ainda a resistência ao golpe ensaiado por Bolsonaro, com perspectiva de suspeição sobre as urnas eletrônicas e contestação do resultado.
Petistas e bolsonaristas, por sua vez, usam a tese em benefício próprio e instigam as bases a endossar um caráter plebiscitário da votação de 2 de outubro -a segunda volta está prevista para o dia 30 do mesmo mês.
Os resultados esquálidos da chamada terceira via, com o malogro de uma candidatura única, somados à cristalização do confronto direto entre a dupla de antagonistas, reforçam o apelo pela liquidação imediata do pleito, embora observadores mais realistas considerem a hipótese remota.
Ciro, terceiro colocado nas pesquisas (6% no Datafolha de março), é alvo de intensa pressão para que retire sua candidatura em favor de Lula.
Apoiadores do petista (que alcançou 43%) sustentam que os votos do pedetista migrariam para o ex-presidente e poderiam elegê-lo logo na primeira fase.
ex-ministro, que chama o burburinho de “puro terrorismo eleitoral”, tenta ganhar tempo e se provar um candidato viável, apesar do cenário hostil para alianças e expansão de seu eleitorado.
“O PDT não é um partido suscetível à pressão externa”, segue Lupi, que confirma ter trocado telefonemas com Lula, mas se diz firme contra qualquer tentativa de persuasão.
Para decolar, o pedetista aposta no trabalho do publicitário João Santana, ex-marqueteiro do PT, a quem se refere como “o melhor da praça” e “um gênio”.
Na visão do ex-ministro, seu potencial reside nos 30% dos eleitores que estão fora da polarização e naqueles que declaram ter feito sua escolha, mas estão pouco convictos.
Segundo ele, quando a população se atentar para as pesquisas que o mostram como um concorrente capaz de derrotar Bolsonaro no segundo turno (46% a 37%, conforme o Datafolha), “esse voto vem”.
pedetista tenta usar o tempo a seu favor e ganhar tração até o limite do prazo legal, mesma estratégia de João Doria (PSDB), que antes precisa convencer forças majoritárias de seu próprio partido sobre sua pré-candidatura.
Nesta quarta-feira (18), data em que inicialmente seria anunciado o candidato de consenso da terceira via, o ex-governador de São Paulo, que disputa a vaga com Tebet, ainda estava engolido pela crise tucana.
No entorno da senadora, existe o diagnóstico de que o PT comete um erro ao trabalhar pelo estreitamento da competição e celebrar a retirada de candidaturas no campo da centro-direita que ajudariam a barrar o crescimento de Bolsonaro, como a de Sergio Moro (União Brasil).
Entusiastas da terceira via que já se conformaram com o fiasco de uma candidatura unificada avaliam também que o movimento pelo voto útil simplifica o debate político.
Daí o discurso, que ganha força em meios políticos e financeiros refratários a Lula e Bolsonaro, de que o autodenominado centro democrático não deve prescindir de ter representantes no pleito.
Caberia a eles vocalizarem propostas e arregimentarem um percentual de votos que dê poder de fogo na negociação de apoio no segundo turno –a condição seria incorporar pontos da agenda da centro-direita.
Discussões sobre a opção entre um presidenciável e outro já ocorrem entre os desolados, com a constatação de que mesmo eleitores frustrados com o atual governo podem voltar a apoiá-lo em razão da ojeriza ao PT.
Há também a pregação de voto nulo como forma de protesto, como é o caso do pré-candidato Felipe d’Avila (Novo) –que se afastou das conversas da terceira via, assim como Luciano Bivar (União Brasil).
sociólogo José Cesar Martins, coordenador do grupo independente Derrubando Muros, que abriga empresários e formadores de opinião simpatizantes da terceira via e de Lula, diz que a intenção é trabalhar enquanto for possível para que não se abra mão de “pensar o país” na eleição.
Em meio à ameaça de ruptura institucional, a existência de um quadro amplo de candidaturas é defendida nos setores anti-Lula e anti-Bolsonaro como uma espécie de anteparo.
raciocínio é o de que um conjunto diverso de candidatos posicionado em defesa do sistema de votação teria maior legitimidade para se contrapor a Bolsonaro do que Lula isoladamente.
Petistas dizem, entretanto, que a melhor maneira de barrar a tentação golpista é eleger o ex-presidente já no primeiro turno ou, no pior dos mundos, fazê-lo chegar ao segundo com vantagem consistente sobre o adversário.
Um manifesto organizado em fevereiro por artistas, empresários e advogados, com assinaturas de apoiadores e detratores do PT, afirmou que “não há razão que justifique adiar [a definição] para o segundo turno” e, com isso, correr “os riscos de atos fora da Constituição”.
influenciadora digital e drag queen Rita von Hunty, nome artístico do ator e professor Guilherme Lima Pereira, também foi criticada ao repudiar a chapa de Lula com Geraldo Alckmin (PSB) e sugerir aos seguidores “um voto radical no primeiro turno”, em nomes mais à esquerda.
Há quem diga que o afunilamento prejudica ainda a resistência ao golpe ensaiado por Bolsonaro, com perspectiva de suspeição sobre as urnas eletrônicas e contestação do resultado.
Petistas e bolsonaristas, por sua vez, usam a tese em benefício próprio e instigam as bases a endossar um caráter plebiscitário da votação de 2 de outubro -a segunda volta está prevista para o dia 30 do mesmo mês.
Os resultados esquálidos da chamada terceira via, com o malogro de uma candidatura única, somados à cristalização do confronto direto entre a dupla de antagonistas, reforçam o apelo pela liquidação imediata do pleito, embora observadores mais realistas considerem a hipótese remota.
Apoiadores do petista (que alcançou 43%) sustentam que os votos do pedetista migrariam para o ex-presidente e poderiam elegê-lo logo na primeira fase.
ex-ministro, que chama o burburinho de “puro terrorismo eleitoral”, tenta ganhar tempo e se provar um candidato viável, apesar do cenário hostil para alianças e expansão de seu eleitorado.
“O PDT não é um partido suscetível à pressão externa”, segue Lupi, que confirma ter trocado telefonemas com Lula, mas se diz firme contra qualquer tentativa de persuasão.
Para decolar, o pedetista aposta no trabalho do publicitário João Santana, ex-marqueteiro do PT, a quem se refere como “o melhor da praça” e “um gênio”.
Na visão do ex-ministro, seu potencial reside nos 30% dos eleitores que estão fora da polarização e naqueles que declaram ter feito sua escolha, mas estão pouco convictos.
Segundo ele, quando a população se atentar para as pesquisas que o mostram como um concorrente capaz de derrotar Bolsonaro no segundo turno (46% a 37%, conforme o Datafolha), “esse voto vem”.
pedetista tenta usar o tempo a seu favor e ganhar tração até o limite do prazo legal, mesma estratégia de João Doria (PSDB), que antes precisa convencer forças majoritárias de seu próprio partido sobre sua pré-candidatura.
Nesta quarta-feira (18), data em que inicialmente seria anunciado o candidato de consenso da terceira via, o ex-governador de São Paulo, que disputa a vaga com Tebet, ainda estava engolido pela crise tucana.
No entorno da senadora, existe o diagnóstico de que o PT comete um erro ao trabalhar pelo estreitamento da competição e celebrar a retirada de candidaturas no campo da centro-direita que ajudariam a barrar o crescimento de Bolsonaro, como a de Sergio Moro (União Brasil).
Entusiastas da terceira via que já se conformaram com o fiasco de uma candidatura unificada avaliam também que o movimento pelo voto útil simplifica o debate político.
Daí o discurso, que ganha força em meios políticos e financeiros refratários a Lula e Bolsonaro, de que o autodenominado centro democrático não deve prescindir de ter representantes no pleito.
Caberia a eles vocalizarem propostas e arregimentarem um percentual de votos que dê poder de fogo na negociação de apoio no segundo turno –a condição seria incorporar pontos da agenda da centro-direita.
Discussões sobre a opção entre um presidenciável e outro já ocorrem entre os desolados, com a constatação de que mesmo eleitores frustrados com o atual governo podem voltar a apoiá-lo em razão da ojeriza ao PT.
Há também a pregação de voto nulo como forma de protesto, como é o caso do pré-candidato Felipe d’Avila (Novo) –que se afastou das conversas da terceira via, assim como Luciano Bivar (União Brasil).
sociólogo José Cesar Martins, coordenador do grupo independente Derrubando Muros, que abriga empresários e formadores de opinião simpatizantes da terceira via e de Lula, diz que a intenção é trabalhar enquanto for possível para que não se abra mão de “pensar o país” na eleição.
Em meio à ameaça de ruptura institucional, a existência de um quadro amplo de candidaturas é defendida nos setores anti-Lula e anti-Bolsonaro como uma espécie de anteparo.
raciocínio é o de que um conjunto diverso de candidatos posicionado em defesa do sistema de votação teria maior legitimidade para se contrapor a Bolsonaro do que Lula isoladamente.
Petistas dizem, entretanto, que a melhor maneira de barrar a tentação golpista é eleger o ex-presidente já no primeiro turno ou, no pior dos mundos, fazê-lo chegar ao segundo com vantagem consistente sobre o adversário.
Um manifesto organizado em fevereiro por artistas, empresários e advogados, com assinaturas de apoiadores e detratores do PT, afirmou que “não há razão que justifique adiar [a definição] para o segundo turno” e, com isso, correr “os riscos de atos fora da Constituição”.
influenciadora digital e drag queen Rita von Hunty, nome artístico do ator e professor Guilherme Lima Pereira, também foi criticada ao repudiar a chapa de Lula com Geraldo Alckmin (PSB) e sugerir aos seguidores “um voto radical no primeiro turno”, em nomes mais à esquerda.

Fonte: Folha de SãoPAulo/JOELMIR TAVARES

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