Promoções sem definição na Justiça aumentam o clima de insatisfação na corporação e suspeita de escuta clandestina pode derrubar muita gente
Há um verdadeiro mistério sobre o que está travando as promoções na Polícia Militar previsto para abril e agosto deste ano, mas que dormem inexplicavelmente nas gavetas do Governo preterindo direitos legítimos e acirrando os ânimos nos corredores dos quartéis.
Em principio, uma série de irregularidades ensejaram ações na Justiça e uma determinação judicial paralisou as promoções, mas já teria sido suspensa, liberando o governo para prosseguir com o processo, prioritariamente aquelas por antiguidade, onde os contemplados são os mais prejudicados com os absurdos promovidos pela comissão escolhida pelo Comando Geral atento apenas para as de merecimento, onde impõe seu jogo de privilégios e favorecimentos, o que explicaria a longevidade do comandante respaldada nesse jogo de cartas marcadas, onde muita coisa nada republicana aconteceu.
As promoções de abril e agosto, sem definição, servem para aumentar a insatisfação geral com um comando que se arrasta por quase uma década e que é visto como causa da estagnação que se abateu sobre a corporação, onde uma geração não teve oportunidade de dar sua colaboração para o crescimento da instituição, mantida sob o jugo de uma personalidade voltada unicamente para seus interesses, e que se dedicou todo esse tempo submeter, afastar e perseguir.
Apesar de liberada pela Justiça, mas ainda pendente de decisão final por outras irregularidades apontadas pela parte autora, às promoções emperraram e os prejudicados maiores, que são os promovidos por antiguidade buscam explicações para o entrave agora supostamente administrativo.
Corre nesses corredores de indignação e revolta a versão que influentes assessores do governador teriam chamado sua atenção para as manobras administrativas do coronel Euller, alvo de sucessivas ações na Justiça, como consequência de artifícios nada republicanos, nos bastidores, e que sempre encontram reação nas ações populares, impetradas por atentos e implacáveis adversários.
Ainda de acordo com essas versões, Euller teria tentado por diversas vezes concluir as promoções, mas sendo sempre barrado por uma cautela excessiva do governador alegando este que vai consultar primeiro outros escalões, acima do coronel, para decidir sobre as promoções que se arrastam desde abril numa sinalização que os tempos em que o comandante deitava e rolava, acabou.
Essa relutância do governador seria fruto de advertências de auxiliares da extremada confiança sobre as manobras administrativas do comandante quase sempre alvo de contestação na Justiça e também pela precária situação dele no Governo em razão de suas estreitas vinculações com aquela parte do PSB, que vem sendo investigada e devastada pela Operação Calvário.
O comandante fazia parte da espinha dorsal do Governo de Ricardo envolvida nas falcatruas reveladas pelas investigações, e que resultaram na prisão de algumas celebridades do jardim girassol cujas delações ainda podem desvendar muita coisa.
Capilaridade
As investigações estão debruçadas sobre a extensão do envolvimento da Casa Militar chefiada pelo coronel Chaves, morto em acidente, mas apontado como um dos que faziam escolta para o dinheiro arrecadado em propina.
O Gaeco quer descobrir até onde penetrava a capilaridade da organização criminosa e se ela esbarrava nos limites da Casa Militar ou se derivava para outros rincões do Governo passado como seria razoável deduzir
O Gaeco e a Polícia Federal também já teriam informações sobre ações de escuta no interior do Governo: áudios comprometedores, em posse das autoridades, revelariam um mundo de espionagem, que estaria submetendo muita gente fina e blindando outras até agora preservadas pelo teor explosivo do que teria sido capturado clandestinamente nos porões da máquina socialista supostamente ainda em plena atividade como se desconfia e se estar apurando pelos órgãos federais.
A casa pode cair a qualquer momento.