Intervenção de Lula para garantir comandante da PM no cargo confirma o ambiente de ‘cristais despedaçados’ na Segurança Pública
São muitas as especulações sobre a permanência ou não do coronel Euler no comando da Polícia Militar aonde reina por quase uma década depois de ter feito um contorcionismo político-administrativo para chegar a patente de coronel quando devia ter ido para a reserva como major se a legislação vigente não tivesse sido driblada como foi pelo astuto militar.
Ninguém nem mesmo os governadores tiveram tanta longevidade em cargos públicos como o coronel Euler Chaves, que vai para quase uma década comandando uma Polícia que atrofiou sob seu comando em razão da falta de oxigenação natural, que todos os organismos necessitam e exigem para não degenerar.
Essa longevidade não tem explicação quando se sabe que o comando geral sempre foi uma indicação política, que os sombrios serviços do comandante alteraram e extinguiu, concedendo-lhe um poder imensurável ao ponto de não só permanecer no cargo, mas de indicar apadrinhados para outras pastas.
Apesar de todas as denúncias que correm contra ele nos tribunais e do silêncio conivente da maioria da tropa mantida sob um controle que passa por regalias e benefícios a quem se submete aos seus ditames; o coronel não se abala nem se move da cadeira nem mesmo quando agentes da sua inteira confiança, lotados em seu gabinete, são flagrados em atitudes suspeitas, associadas a uma atividade ilegal de vasculhar a intimidade da maior autoridade da pasta da Segurança, o secretário.
Nada, absolutamente nada remove o coronel da cadeira e já foi comparado ao lendário Edgar Hoover, que comandou o FBI por quase 40 anos à base de dossiês comprometedores sobre o mundo politico americano, que envolviam congressistas e presidentes, como ficou evidenciado depois de sua morte, o que terminou por explicar sua eternidade no cargo.
O coronel Euler já sobreviveu a muitas tempestades, e se mostra indiferente a elas, inclusive com as que estão por vir e que já subiram para alçadas superiores da Justiça, uma delas questionando sua promoção de major para tenente-coronel, cuja ilegalidade foi reconhecida pelos tribunais locais, mas interpretada como prescrita, o que está sendo questionado no STJ, podendo desabar a qualquer momento.
Cristais
O coronel agora enfrenta a desconfiança plena do seu superior hierárquico, que já externou ao govenador o desconforto em ter ao seu lado alguém que supostamente comandaria uma rede de espionagem montada para bisbilhotar o Governo e talvez outros poderes.
O clima é tão ruim entre eles, que justificaria a intervenção do ex-presidente Lula para interceder por sua permanência no cargo, uma apelação que revelaria o abalo que o coronel sofreu dentro da atual gestão em razão das suas estreitas ligações com o ex-governador e de suas atividades nebulosas, cujas afinidades e semelhanças com o homem do FBI, não recomendaria sua permanência a não ser que detenha informações altamente comprometedoras, que impeçam uma ação mais drástica do governador.
Há fatos reveladores e comprometedores de que, o coronel usaria essa engrenagem de invasão da vida alheia pelas forças de segurança do estado, não apenas nos limites do mundo oficial, mas adentraria a sociedade civil com manifestações de ameaças e intimidação a pessoas e familiares, pelos esbirros que comanda como vem sendo apurado.
Que não há mais clima entre o coronel e o secretário isso é inegável. Restaria ao governador fazer sua escolha e, permanecendo com o coronel as suspeitas de que vem sendo submetido à pressão, tomaria contornos de veracidade.
Por tudo o que já foi reunido contra o comandante nem Lula na causa, sobrando apenas supostos dossiês contra autoridades como desconfia e está apurando a Secretária da Segurança.