Juca: mais que um abraço!- por Marcos Alfredo
Juca Pontes sempre foi um grande artista. De uma competência singular, fez e estimulou poesias; tinha uma habilidade ímpar no trato com obras e produções literárias e gráficas, e se envolvia, com entusiasmo, em todos os projetos dos quais fez parte, seja por convite, seja por provocação.
Do ponto de vista técnico e profissional, Juca era irrepreensível, sem dúvidas, mas a grande maestria, a suprema vocação e o esplendoroso dom dele foi sempre o de conquistar pessoas, seduzir almas e fazer amigos para sempre.
E esta não é uma arte simples. Requer muito talento, paciência, empatia e capacidade de respeitar o outro; poucos seres humanos são capazes de cultivar. Como dom, era uma qualidade inerente a ele; como um presente de Deus, o irrequieto Juca soube, como poucos, aprimorar ao longo da vida.
Sua morte inesperada, no final da noite deste sábado (8), causou-nos a todos os seus amigos uma perplexidade inquietante. Óbvio: nos seus 64 anos de vida, Juca sempre foi uma força da natureza, um ser artístico irrefreável e inconformado, mas sobretudo o amigo onipresente, com seu sorriso de compreensão, generosidade e sabedoria.
Gostaria muito de ter abraçado Juca Pontes antes de ele partir. Teria sido mágico. O abraço dele tinha esse traço de eternidade. Todos os que tiveram o privilégio de ser acolhidos por seus braços são testemunhas do que digo.
Juca parte cedo, deixa saudades e um valioso legado, para os filhos e amigos, de que vale a pena viver cada segundo, semeando a amizade e o carinho pelo outro, e sendo feliz exatamente por isso.
Marcos Alfredo