Relatório divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que sete em cada 10 pessoas com deficiência estão fora do mercado de trabalho. A taxa de participação dessa população no mercado era de 28,3% – menor do que a de pessoas sem deficiências, de 66,3%. A fim de conscientizar sobre o tema e incentivar a adoção de medidas efetivas para mudar essa realidade, o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) encaminhará a empresas e órgãos públicos informações sobre a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho, mostrando que o preconceito afasta essas pessoas dos postos de trabalho e pedindo sensibilidade e oportunidades.
Nesta segunda-feira (1ª), Dia do Trabalhador, o deputado – que é presidente da Frente Parlamentar de Doenças Raras, Autismo, Câncer, Pessoas Neuroatípicas e em Defesa e Promoção do Terceiro Setor – defendeu soluções capazes de superar desafios enfrentados por trabalhadoras e trabalhadores com deficiência, seja para o ingresso ou para a permanência no mercado de trabalho. “É preciso construirmos um ambiente favorável às pessoas com deficiência, sobretudo na inserção ao mercado de trabalho. Na Paraíba, buscaremos conversar com empresas e governos no sentido de mudarmos essa realidade de tanta dificuldade para esse público”, disse.
A pesquisa do IBGE também mostra a diferença na questão salarial. Enquanto as pessoas com deficiência recebiam o salário médio de R$ 1.639 mensais, o rendimento médio das pessoas sem deficiência era de R$ 2.619 – ou seja, a renda do primeiro público representa apenas dois terços do segundo.
Tovar lembra que o Estatuto da Pessoa com Deficiência, legislação destinada a promover a inclusão social e a cidadania dessa parcela da população, assegura à pessoa com deficiência direito ao trabalho de sua livre escolha em ambiente acessível e inclusivo. Tornar um dispositivo legal concreto, no entanto, passa pela ação das organizações e dos indivíduos. “É nessa perspectiva que temos que falar em igualdade de oportunidades”, observou.
Dados – Segundo o relatório do IBGE, o Brasil contava, em 2019, com 17,2 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa 8,4% da população. O estudo analisou os diferentes tipos de deficiência e a inserção no mercado de trabalho: visual, 37%; auditiva, 28%; física (membros superiores), 17,9%; física (membros inferiores), 16,9%; mental, 5,3%; mais de uma deficiência, 12,9%.