PF encaminha ao STF oitivas de paraibanos; Cabo Gilberto silencia e Pâmela informa autismo
A Polícia Federal encaminhou, hoje, ao Supremo Tribunal Federal o relatório das oitivas de políticos paraibanos que participaram ou apoiaram os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, quando houve invasão, ataques e quebradeira nos prédios dos três Poderes da República. Foram encaminhados os termos de declaração do deputado estadual Wallber Virgolino, do deputado federal Cabo Gilberto, do ex-candidato a governador Nilvan Ferreira, da suplente de deputada federal Pâmela Bório – todos do PL – e da vereadora Eliza Virgínia (Progressistas). A notícia foi divulgada, em primeira mão, pela jornalista Taty Valéria, do portal Paraíba Feminina.
O advogado de Pâmela chegou a alegar que ela foi diagnosticada, recentemente, com transtorno do espectro de autismo, “o que por vezes pode afetar sua percepção de tempo, espaço e compreensão da realidade”, e que, na manifestação de 8 de janeiro, às primeiras reações da polícia com gás lacrimogêneo, preferiu se retirar “como uma reação inclusive decorrente de seu diagnóstico”. Pâmela afirmou que estava de férias em Brasília com o filho.
Cabo Gilberto preferiu usar o seu direito constitucional ao silêncio. Ele havia sido apontado como um dos suspeitos de terem financiado viagens de ônibus que saíram de João Pessoa para a manifestação de Brasília.
Todos os demais disseram ser contrários a invasões e atos de vandalismo, embora tenham publicado em suas redes sociais várias mensagens de apoio às manifestações em Brasília, algumas com mensagens encorajadoras para um movimento de resistência ao novo governo que havia tomado posse em 1º de janeiro.
Wallber Virgolino
“Hoje ficou demonstrado que ninguém é invencível, intransponível e inquebrantável, nem mesmo o sistema político”, foi uma das postagens do deputado Wallber Virgolino questionadas pela Polícia Federal. Ele não reconheceu, no entanto, como sua a postagem com a legenda “É a revolta do povo e é o primeiro de muitos que irão acontecer”.
Eliza
Já a vereadora Eliza Virgínia compartilhou em suas redes sociais as imagens das manifestações, mas disse que o fez apenas para informar seus seguidores. Questionada sobre o que queria dizer com a frase “Isso é o resultado de esticar a corda!!! Nem todo mundo aguenta injustiças quieto; o povo no Congresso protestando”, afirmou que era porque “ninguém resolveu a situação” sobre os protestos em frente aos quartéis. Mas, assim como os demais, disse que nunca foi favorável às invasões, nem enviou dinheiro a manifestantes.
Nilvan
Nilvan Ferreira chegou a publicar um vídeo com os manifestantes subindo a rampa, antes da quebradeira, e foi questionado pelos interrogadores sobre o significado da legenda “O povo tem força e não vai aceitar a morte da nossa liberdade”. Segundo Nilvan, a intenção era apenas “reforçar a luta pela liberdade do povo de se expressar, sem qualquer nexo com o que ocorreu depois”.
Foto: Agência Brasil