Fundamental para o desenvolvimento do bebê, a amamentação ainda é um tema cercado de tabus e mitos, que por vezes acaba trazendo confusão e insegurança para a mãe, além de palpites nunca solicitados. A nutricionista da Hapvida NotreDame Intermédica, Danielle Cardoso, esclarece a relação entre os alimentos consumidos pela mulher e o aleitamento, apontando o impacto dos hábitos maternos no desenvolvimento da criança.
Caldo de cana, suco de caju, canjica, rapadura… É comum ouvir que determinados alimentos podem aumentar ou reduzir a produção de leite da mulher, mas a nutricionista afirma que isso se trata de mito, pois não há comprovação científica. A orientação é evitar dietas restritivas e consumir um cardápio saudável e diversificado.
Na rotina de alimentação da mãe, é importante a presença de opções equilibradas de nutrientes energéticos como bons carboidratos: pães integrais, tapioca, milho, aveia, tubérculos, frutas, vegetais, proteínas, sementes e oleaginosas.
Ela sugere a ingestão de alimentos ricos em ômega 3, como salmão, sardinha, nozes, linhaça e chia. O nutriente contribui para o desenvolvimento neurológico do bebê e para um melhor desenvolvimento da visão.
Muita água – O consumo da água também deve ser priorizado: cerca de três litros por dia. Isso porque a mãe deve estar hidratada para que o corpo esteja em equilíbrio e produza quantidade suficiente de leite materno. A estimativa é que 80% do leite materno é composto por água, o que também aumenta o risco de desidratação da lactante.
Embora possa alterar o sabor do leite, não há comprovação que ingerir uma alimentação mais condimentada e até apimentada possa gerar desconforto no bebê. Danielle explica que o caso também pode variar conforme a maturação do trato gastrointestinal da criança.
Cólicas no bebê – Os hábitos alimentares da mãe durante o período de amamentação também podem influenciar no surgimento de cólicas. Apesar de não haver recomendação de extinguir nenhum alimento, a nutricionista aconselha o consumo moderado de algum deles, pois em determinados indivíduos podem influenciar no surgimento dos desconfortos, a depender da maturidade do trato gastrointestinal do bebê, que ainda está em formação.
Os alimentos mais comuns em causar possíveis sintomas são: leite e derivados em excesso, alimentos ricos em cafeína, como café, chocolate, refrigerantes; alimentos com alto teor de fermentação; brócolis; couve flor e bebidas alcoólicas.
Danielle Cardoso ressalta que, embora alguns direcionamentos sejam válidos para a maior parte dos casos, cada bebê é único e é importante que a mãe observe o quadro específico de seu filho.