Tempo começa a esquentar na Paraíba; previsão é de mais calor em setembro
O inverno se caracteriza como a diminuição das temperaturas, dias curtos e noites mais longas, porém no final da estação, as temperaturas costumam se elevar, principalmente, no final de agosto. Este ano, entre os dias 20 e 24 de agosto, as temperaturas no Sertão e Alto Sertão estavam acima de 35°C, em decorrência do fenômeno El Niño. Já as temperaturas no Agreste, Brejo e Litoral estão dentro da média. Até pelo menos o início de setembro o tempo deverá permanecer quente e seco. Céu com poucas nuvens e temperaturas mínimas entre 21/22°C e máximas entre 36/37°C, segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia( Inmet).
Nos anos de 2012, 2016, 2017 e 2020 as temperaturas foram maiores do que 37,5°C. No sertão, a média esperada para agosto era de 34°C mas em cidades como Patos, Itaporanga e Sousa, as maiores temperaturas no mês de agosto foram de 37°C( 20/08), 36,6°C ( 24/08) E 36°C( 02/08).
O Inmet emitiu um alerta na última quinta-feira(24) e ontem, de perigo potencial à saúde devido à onda de calor em meio ao inverno. 20 estados estão na rota das temperaturas altas, a Paraíba é um deles na região Nordeste. A meteorologista do Inmet, Morgana Almeida, explica que para caracterizar o fenômeno ‘Onda de Calor’ é preciso obedecer ao critério das temperaturas estarem 5°C acima da média climatológica para o período, por no mínimo dois dias consecutivos. “Quando isso ocorre, emitimos um aviso de Onda de calor. Os graus de severidade desse fenômeno estão relacionados com a persistência, ou seja, por quantos dias persistirá”, informou.
De acordo com Morgana Almeida, o fenômeno climático ENOS (El Niño oscilação Sul) é cíclico, ou seja, tem duas fases: uma quente (El Niño) e outra fria (La Niña). Tais fases estão relacionadas com as anomalias de temperatura no oceano Pacífico Equatorial (positivas e negativas). A La Niña, favorece as chuvas no Nordeste, já o El Niño influencia na redução das chuvas, especialmente no período chuvoso( fev-maio), no caso do Sertão.
“O El Niño também pode impactar no que tange as temperaturas, elevando-as. Mas também sofremos influências das anomalias da temperatura do oceano Atlântico. Isso porque as águas do Atlântico Sul ( adjacentes à costa do Nordeste) estão mais quente, no verão do hemisfério Sul. Enfim, são vários fatores em conjunto”, detalhou.
Por fim, a meteorologista do Inmet Morgana Almeida alerta a população sobre os perigos do tempo quente e seco. “ Pode ocasionar reflexos na saúde, especialmente, em crianças e idosos. Além disso, as pessoas devem atentar para os riscos de incêndios florestais ou urbanos( lixo), que podem se tornar sem controle e piorar a qualidade do ar. É possível também uma diminuição das chuvas no próximo período chuvoso em 2024”, orientou.
Sara Gomes/Jornal A União
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