Decisão de hoje a tarde no STJ pode reconduzir o estado aos trilhos da moralidade pública
A Paraíba vive a expectativa nesta terça-feira (18) do julgamento dos recursos que pedem o retorno do ex-governador Ricardo Coutinho à cadeia e junto com ele figuras de destaque do esquema socialista apontado pelo Gaeco como uma organização criminosa cuja periculosidade ainda não foi devidamente dimensionada e cujos tentáculos ainda persistem na atual gestão, em postos de destaque e comando, capazes de dar respaldo a ingerência e a influência criminosa do bando.
Longe muito longe de se pensar que a prisão de Ricardo Coutinho e do irmão Coriolano vai estancar os efeitos e pôr fim a bandalheira promovida por oito anos com os recursos públicos.
A organização continua incrustada em setores vitais da máquina administrativa; operando a favor dos seus interesses criminosos, revelada, mas não debelada, ainda em condições de ameaçar, desvirtuar, restringir, direcionar, pressionar, chantagear e agora mais do que nunca aniquilar pelo desespero instalado como consequência das revelações feitas e, principalmente do que ainda pode ser revelado.
O carnegão desse tumor maligno ainda não foi extirpado e continua disseminado no interior da máquina administrativa e política do estado resistindo a todas as evidências de sua participação ativa na organização criminosa intimidando o governador e auxiliares de destaque na gestão, conhecedores dos fatos, estarrecedores, mas em total atonia.
De tal forma dissimulado, que sua intimidade com os poderes – mesmo visível e acintosa – não sofre contestação nem repúdio em algumas situações de escancarada e ostensiva cumplicidade com as mais altas autoridades, incluídas as que comandam o processo de investigação numa permissividade que se caracteriza pela troca de favores e por uma longa e afetiva convivência repleta de gentilezas e cortesias nada republicanas.
A açodada comemoração do senador Veneziano Vital do Rego sobre a descontinuidade das relações entre Ricardo e João fica comprometida pela permanência desses cancros, ainda resistindo no organismo estatal, vitaminados pela incúria que caracteriza a gestão de Azevedo ciente do contágio dessas aberrações morais, no entanto, impotente para extirpa-los.
A decisão da sexta turma do STJ na tarde desta terça-feira pode injetar algum ânimo nas autoridades do estado ainda paralisadas em relação a essas ilhas de influência do ex-governador sem reagir a esses tentáculos a estrangular o que resta de dignidade no Estado.