Total de negócios no setor cultural sobe 14% no estado
Entre os anos de 2011 e 2021, o total de negócios no setor cultural apresentou aumento de 14% na Paraíba, de acordo com o Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2011-2022, divulgado ontem pelo IBGE. O número saiu de 3.205, em 2011, para 3.666, em 2021, crescimento superior aos observados na região Nordeste (4,2%) e no Brasil (4,3%).
Os dados são provenientes do Cadastro Central de Empresas (CEMPRE), que teve seu último resultado divulgado em 2021. Em relação ao pessoal ocupado assalariado no setor cultural, os acréscimos observados entre os anos de 2011 e 2021 foram ainda mais significativos no estado (31%) e no Nordeste (21%), enquanto no Brasil foi de 2,5%.
As despesas dos municípios da Paraíba com cultura somaram, em 2022, um montante de R$ 166 milhões. Segundo o IBGE, Nordeste obteve o segundo maior investimento em cultura feito pelos municípios, com montante de R$ 2,3 bilhões, ficando atrás apenas do Sudeste, cujo gasto foi de R$ 3,7 bilhões. A renda média habitual das mulheres ocupadas no setor cultural paraibano, em 2022, era inferior em cerca de 38% a dos homens. Enquanto as trabalhadoras do setor ganhavam em média R$ 1.219 mensais, os homens recebiam R$ 1.959. Esse nível de desigualdade desfavorável às mulheres evidenciado no estado foi bem superior aos observados no Nordeste (-14,8%) e no Brasil (-18,6%).
“É uma realidade que as mulheres geralmente ganham 30 a 40% abaixo do que os homens, mesmo ocupando os mesmos cargos e posições. Não me surpreende que o mesmo aconteça na cultura, que é uma área econômica como qualquer outra. Infelizmente a gente continua vendo esses resquícios da ausência da compreensão de que a mão de obra da mulher vale mesmo valor que a mão de obra de um homem. Para mudar esse cenário precisamos de políticas públicas que realmente obriguem as empresas a equilibrar os salários”, avaliou a diretora de produção e sócia da Atua Comunicação Criativa, Dina Faria.
A renda média habitual dos trabalhadores no setor cultural na Paraíba era de R$ 1.630. Na comparação por cor ou raça, os dados mostram que os brancos ganhavam mais que os pretos ou pardos, seja na área cultural ou na média de todos os setores da economia, tanto na Paraíba, como no Nordeste e no Brasil. No setor cultural do estado, enquanto as pessoas brancas recebiam R$ 2.159, as pretas ou pardas obtinham 39% a menos (R$ 1.315).
Matéria transcrita do Jornal A União deste sábado, assinada por Michelle Farias
Foto de Vellow Tioata/Pexels