CPI da Braskem se reúne na terça e na quarta-feira para ouvir depoentes
A CPI da Braskem, marcada para esta semana, promete revisitar uma série de vozes que por muito tempo foram abafadas pelo barulho das máquinas e pela inércia das decisões políticas. Entre os depoentes estão figuras como Abel Galindo Marques, um engenheiro civil cujos alertas sobre os perigos iminentes foram ignorados, e José Geraldo Marques, um ativista que enfrentou não apenas os desafios da mineração, mas também pressões e ameaças por sua coragem de se opor à instalação da empresa.
Natallya de Almeida Levino, com sua pesquisa abrangente sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais da subsidência, traz à luz as dimensões ocultas do desastre em curso. Enquanto isso, na quarta-feira, a CPI ouvirá vozes como a do diretor-geral da Agência Nacional de Mineração, Mauro Henrique Moreira Sousa, e do geólogo Thales Sampaio, cujos testemunhos podem ser cruciais para entendermos a extensão dos danos e para responsabilizarmos os culpados.
É importante que, em meio às questões técnicas e políticas, não nos esqueçamos das pessoas afetadas. São elas que, muitas vezes, enfrentam o peso das consequências sem terem sido ouvidas anteriormente. O livro “Rasgando a Cortina de Silêncios: o lado B da exploração de sal-gema em Maceió”, escrito por José Geraldo e Abel Galindo, nos lembra que por trás das estatísticas e dos relatórios há histórias de vidas devastadas e comunidades despedaçadas.
À medida que a CPI avança, é essencial manter o foco nas vítimas e em suas necessidades urgentes. A responsabilidade social e ambiental deve ser priorizada, não apenas como uma obrigação legal, mas como um compromisso moral com aqueles que sofreram as consequências desse desastre. Que os depoimentos desta semana sirvam não apenas para esclarecer os fatos, mas também para garantir justiça e reparação para aqueles que há tanto tempo foram negligenciados.
Fonte: Agência Senado