Datafolha: Boulos e Nunes empatam na corrida eleitoral de São Paulo
Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) lideram tecnicamente empatados a nova pesquisa Datafolha sobre a corrida eleitoral de 2024 para a Prefeitura de São Paulo.
Com a polarização nacional consolidada no pleito municipal, Boulos marca 30% e Nunes tem 29% —estão isolados do segundo pelotão de pré-candidatos. O psolista tem o presidente Lula (PT) como seu cabo eleitoral, enquanto o prefeito conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Tabata Amaral (PSB) marca 8%, seguida de Marina Helena (Novo) com 7%, Kim Kataguiri (União Brasil) com 4% e Altino (PSTU) com 2%.
Outros 14% declaram voto em branco ou nulo, enquanto 6% não sabem em quem votar. A margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.
Nessa situação, Nunes tem 30% ante 29% de Boulos. Tabata aparece com 9%, Marina Helena tem 7% e Altino, 1%. Brancos e nulos são 16%, e 7% não sabem.
Marina Helena tem 8%, e Altino marca 2%. Outros 17% declaram voto branco ou nulo, e 7% não sabem.
O Datafolha ouviu 1.090 eleitores na quinta (7) e sexta (8). A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-08862/2024.
O primeiro turno da eleição será no dia 6 de outubro, e a campanha começará oficialmente em agosto.
A pesquisa divulgada nesta segunda-feira (11) não é diretamente comparável à anterior, feita em agosto de 2023, pois os concorrentes não são os mesmos. Ainda assim, é possível notar que Nunes ganhou terreno —ele marcou 24% ante 32% de Boulos na última rodada.
O resultado reflete a melhora na avaliação do prefeito, que tinha 23% de aprovação em agosto e agora marcou 29%.
Os nomes que não orbitam na polarização Lula-Bolsonaro, como Tabata e Kim, não alcançaram os mesmos resultados —ela chegou a 11% em agosto, e ele a 8%.
Chama a atenção no levantamento o desempenho de Marina Helena, que disputará sua primeira eleição como cabeça de chapa.
O outro pré-candidato do Novo testado em pesquisa sobre a disputa municipal, no ano passado, ficou em patamar inferior: Vinicius Poit, que marcou 2%.
Para a diretora do Datafolha, Luciana Chong, parte dos entrevistados que declararam voto na pré-candidata do Novo pode ter se enganado e entendido que o nome em questão era o da ministra Marina Silva (Rede), que foi presidenciável em três eleições.
“Pelo nome mesmo pode ter havido uma confusão. Quando as pessoas de fato conhecerem mais os candidatos, isso vai ser resolvido”, diz Chong.
Na pesquisa espontânea, Boulos marcou 14% (8% na anterior), e Nunes, 8% (4%). Há 2% que declaram voto “no atual prefeito” e 1% que vota “no PT/candidato do Lula”. Em agosto, 72% disseram não saber em quem votar —agora são 60%.
No total, 85% dizem conhecer o prefeito (30% muito; 27% um pouco e 27% de ouvir falar). Há 15% que não conhecem Nunes, vice-prefeito eleito com Bruno Covas (PSDB) em 2020, e que assumiu em maio de 2021 após a morte do tucano.
O deputado de primeiro mandato e líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) é conhecido por 83% dos entrevistados (33% muito, 23% um pouco e 27% de ouvir falar). Outros 17% não conhecem Boulos, que perdeu para Covas na eleição de 2020.
Em agosto, 80% conheciam Boulos, e 79% conheciam Nunes.
Marina Helena, que é suplente de deputada federal e trabalhou no Ministério da Economia no governo Bolsonaro, é conhecida por 46%. Altino, que foi presidente do Sindicato dos Metroviários, é conhecido por 24%.
A corrida pela Prefeitura de São Paulo não terá um candidato do PT pela primeira vez e tampouco tem um bolsonarista raiz, mas Lula e Bolsonaro estão presentes no pleito por meio de alianças pragmáticas com Boulos e Nunes.
Entre os que se declaram petistas, 49% preferem Boulos e 18% escolhem Nunes. Já entre os bolsonaristas, o prefeito tem 48%, e Boulos, 9%.
A repetição da polarização nacional é a tática demarcada por Lula, buscando o favorecimento que teve na capital paulista em 2022 ao vencer Bolsonaro por 53,5% a 46,5%.
Boulos, que tem 30% no eleitorado geral, obtém melhores índices na elite. Ele marca 42% entre quem tem ensino superior e 22% entre quem tem ensino fundamental; 24% entre quem recebe até dois salários-mínimos e 41% entre quem recebe mais de 10 salários-mínimos. Oscila de 53% entre funcionários públicos a 19% entre evangélicos.
O psolista tem mais eleitores no centro (49%) e na zona oeste (35%) e menos na norte (27%).
Fonte: Folha de S. Paulo