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Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hungria após ter passaporte apreendido, diz NYT; PF investiga caso

Quatro dias depois, Bolsonaro esteve na Embaixada da Hungria no Brasil, de acordo com imagens da câmera de segurança da embaixada obtidas pelo The New York Times.

Por que Jair Bolsonaro ficou em embaixada da Hungria?

Segundo o NYT, o ex-presidente ficou na embaixada durante os dois dias seguintes, acompanhado por dois seguranças e na companhia do embaixador húngaro e de membros da equipe diplomática. Bolsonaro, alvo de diversas investigações criminais, não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira, porque o local está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.

Em nota divulgada à imprensa na tarde de hoje, a defesa de Bolsonaro confirmou a estadia, mas disse que se tratava de uma oportunidade de “manter contato com autoridades do país amigo”.

“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”, diz outro trecho do comunicado.

Itamaraty convoca embaixador da Hungria

ministério das Relações Exteriores decidiu convocar o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para dar explicações sobre a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na missão diplomática do país europeu dias após a Polícia Federal ter apreendido o passaporte do ex-presidente.

Nas relações diplomáticas, chamar o chefe de uma missão para prestar esclarecimentos na sede da chancelaria é uma demonstração de contrariedade do país anfitrião.

A responsável por transmitir a reprimenda ao húngaro foi a secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes. Halmai permaneceu por cerca de 20 minutos no Itamaraty. De acordo com interlocutores, ouviu as queixas da diplomata brasileira e não se manifestou.

De acordo com auxiliares de Lula (PT), o governo recebeu com estarrecimento a notícia revelada pelo jornal The New York Times.

A avaliação é que o embaixador da Hungria não recebeu apenas um adversário político da atual gestão, mas uma pessoa alvo de investigações no STF (Supremo Tribunal Federal). O gesto, dizem esses auxiliares, tem sido lido como uma interferência do governo da Hungria, liderado por Viktor Orbán, em assuntos internos do Brasil.

A PF vai investigar a presença de Bolsonaro na embaixada da Hungria. Segundo investigadores, é cedo para dizer se houve uma tentativa de fuga, mas é preciso investigar a veracidade e a motivação de o ex-presidente ter ficado na embaixada.

O jornal americano diz que as câmeras mostram que Bolsonaro estava acompanhado de dois seguranças. Ele teria permanecido no prédio de 12 de fevereiro a 14 de fevereiro.

 

Fontes: O Globo e CNN Brasil

Foto: Reprodução/NYT

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