Morte de presidente é recebida com luto contido e celebração disfarçada no Irã
O Irã decretou cinco dias de luto pela morte do presidente Ebrahim Raisi nesta segunda-feira (20), embora as manifestações contidas até aqui estejam distantes dos espetáculos de luto público que acompanharam as mortes de outras figuras importantes na história de 45 anos da república islâmica.
Enquanto os leais ao regime lotavam mesquitas e praças para rezar por Raisi e pelo ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, ambos mortos em um acidente de helicóptero, a maioria das lojas permaneceu aberta e as autoridades fizeram poucos esforços para interromper a vida cotidiana.
Um ano depois que o governo linha-dura de Raisi reprimiu violentamente as maiores manifestações contra a ordem estabelecida desde a revolução de 1979, opositores até postaram vídeos furtivos online de pessoas distribuindo doces para celebrar a morte.
Laila, uma estudante de 21 anos em Teerã, disse à agência de notícias Reuters por telefone que não estava triste com a morte de Raisi, “porque ele ordenou a repressão às mulheres devido ao hijab.” “Mas estou triste porque mesmo com a morte de Raisi, esse regime não mudará”, disse ela.
Grupos de direitos humanos afirmam que centenas de iranianos morreram em manifestações de 2022 e 2023 desencadeadas pela morte de uma jovem mulher curda iraniana presa pela polícia moral por violar os rígidos códigos de vestimenta do país.
O tratamento das autoridades a uma série de crises políticas, sociais e econômicas aprofundou o fosso entre os governantes clericais e a sociedade. Os apoiadores do regime fizeram homenagens nesta segunda a Raisi, um ex-jurista linha-dura de 63 anos eleito em uma votação controlada em 2021.
Leia matéria completa na Folha de S. Paulo (https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2024/05/morte-de-presidente-e-recebida-com-luto-contido-e-celebracao-disfarcada-no-ira.shtml)
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