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FCJA abre exposição de Flávio Tavares e Chico Pereira com apresentação de Luizinho Calixto, nesta terça (11)

A Fundação Casa de José Américo (FCJA) abre, nesta terça-feira (11), às 16h, a exposição de painéis dos artistas plásticos paraibanos Flávio Tavares e Chico Pereira. O evento terá apresentação especial do músico campinense Luizinho Calixto, um dos mestres brasileiros do fole de oito baixos. A abertura vai ocorrer no hall do Anexo I da FCJA, localizada na Avenida Cabo Branco, 3336, na orla da capital paraibana.

A programação também terá uma tarde de autógrafos do livro (álbum) ‘Feira de Campina Grande – um museu vivo da cultura popular’. As ilustrações originais de Flávio Tavares que estão no livro fazem parte da exposição, que ficará aberta para visitação até o dia 24 de junho. As pinturas dos dois artistas são alusivas ao tema do livro ‘Feira de Campina Grande’.

Música – Bossa nova, choros e forró farão parte do repertório selecionado por Luizinho Calixto. “Teremos músicas cantadas e instrumentais”, avisa Luizinho, adiantando que também levará para a apresentação o acordeom que pertenceu a Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. “Foi a última sanfona utilizada por Gonzaga”, diz o músico de 68 anos, que começou a tocar aos 8 anos.

Livro – ‘Feira de Campina Grande – um museu vivo da cultura popular’, foi lançado em junho do ano passado como edição comemorativa do 36º Salão do Artesanato Paraibano na cidade. A obra mostra o cotidiano da feira, por meio dos traços do artista plástico pessoense Flávio Tavares e sextilhas do poeta e cordelista cajazeirense Wergniaud Breckenfeld.

A obra, publicada pela Editora A União, da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), foi inspirada em uma publicação sobre a feira de 1979, de autoria do escritor Chico Pereira, com imagens do fotógrafo Roberto Coura. O texto de apresentação do álbum de 2023 é do governador João Azevêdo (PSB). A publicação ainda traz textos de Rosália Lucas, secretária do Turismo e Desenvolvimento Econômico; Marielza Rodriguez Targino de Araújo, gestora do Programa do Artesanato Paraibano (PAP); Lima Filho; Janete Lins Rodriguez, gerente executiva do Museu Casa de José Américo; Fernando Moura, presidente da FCJA; e Chico Pereira.

“Esta publicação é a finalização de uma longa história, iniciada décadas atrás. No foco dela, agora ilustrada por Flávio e Breckenfeld, o interesse é não deixar esquecer a feira enquanto ser vivo e pulsante de sons, cores, aromas, linguagens e interações humanas”, afirma Chico Pereira, escritor integrante da Academia Paraibana de Letras (APL) e artista plástico.

Participantes – Também desenhista e professor de artes, Chico Pereira (Francisco Pereira da Silva Júnior) atua nas áreas de museologia, arte e educação, história da arte, semiótica e artes gráficas. Ele nasceu em Campina Grande, em 1944. Foi diretor do Museu de Arte Assis Chateaubriand/MAAC, em Campina Grande, de 1969 a 1974; fundador e coordenador do Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB; vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura; pró-reitor adjunto de Assuntos Comunitários e coordenador de Extensão Cultural da UFPB; subsecretário de Cultura da Paraíba; e presidente da Associação Cultural Le Hors-Là/Paraíba, de intercâmbio Brasil-França.

Também natural de Campina Grande, Luizinho Calixto nasceu em 1956 em meio a uma família de sanfoneiros de oito baixos. Ainda menino, decidiu que seguiria os passos de seu pai, Seu Dideus, e de seus irmãos, Zé Calixto, Bastinho Calixto e João Calixto: no fole de oito baixos. Ele também é reconhecido por ser o primeiro artista brasileiro a cantar e se acompanhar com a sanfona de oito baixos no modelo de afinação mais comum no Nordeste brasileiro, fazendo uso dos recursos de harmonia aprendidos com Zé Calixto (irmão mais velho) que foi pioneiro em adaptá-lo para acompanhamento, rompendo com o paradigma de que o seu instrumento somente serviria para o solo de músicas instrumentais.

Luizinho criou o primeiro método escrito para a sanfona de oito baixos no modelo de afinação nordestina, uma vez que o ensino do instrumento era tradicionalmente feito através da oralidade. Com o método, Luizinho ministrou cursos de fole de oito baixos e, a partir de 2014, foi convidado para ser professor em um Projeto de Extensão da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e passou a ministrar aulas em Campina Grande.

Pintor, cenógrafo e desenhista, Flávio Roberto Tavares de Melo nasceu em João Pessoa, a 15 de fevereiro de 1950. Iniciou sua formação no curso de pintura do artista Raul Córdula, na UFPB. Aos 18 anos, estudou com o pintor e gravador Hermano José. Abandonou o Curso de Sociologia na UFPB para se dedicar exclusivamente à arte. Em 1976, publicou o álbum de desenhos ‘O Pavão sem Mistério’, para o qual Ziraldo escreveu um texto de apresentação.

Aprimorou a técnica com estudos de pintura na Universidade de Yale, na Universidade de Connecticut e no Simon Rock College (EUA). Também estudou em Caiena (Guiana Francesa). Expôs suas obras em Berlim, em 1981, e, em seguida, em Jerusalém. Pintou cenários para peças teatrais, painéis e murais na Paraíba e em outros estados do Nordeste.

Autor de uma série de desenhos criticando a ditadura, ainda produziu charges na revista paraibana A Semana, sobre os problemas políticos e sociais da Paraíba, do Brasil e do mundo. Em 2018, foi homenageado pelo Sesc da Paraíba com o lançamento do livro ‘A Linha do Sonho’, que analisa a presença de elementos populares, oníricos e mitológicos na sua obra. No mesmo ano, pintou o painel ‘Brasil – O Golpe’, em que retrata personagens da política contemporânea brasileira, como a ex-presidente Dilma Rousseff.

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