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ColunasGisa Veiga

Aumentem a pena para o estupro

Em primeiro lugar, quero esclarecer que, em princípio, sou contra a prática do aborto.

Já sua criminalização é questão a exigir amplo debate, até porque descamba numa situação de saúde pública. E criminalizar o fim de uma gravidez fruto de um crime terrível, o estupro, é questão de insanidade dos legisladores.

Não têm filhas? E se suas filhas engravidassem aos 11, 12, 13 anos após serem estupradas? Ah, sim, poderiam enviá-las a outro país para fazer o aborto, não é assim?

Mas o foco desse artigo é um recorte de fundo desse debate. A punição máxima para a menina/mulher que pratica o aborto após ser violada é o dobro da punição máxima para o verdadeiro criminoso: o estuprador.

Isso significa dizer que ser mulher, no Brasil, está se tornando um estorvo. Além de todas as discriminações que já sofremos, há sempre homens a pensar em outros fardos, maiores, mais pesados, mais injustos.

Por que eles não pensaram em aumentar a pena para os estupradores? Esse crime é considerado leve?

Aí está uma boa oportunidade para se rever a lei sobre o crime de estupro. Que se eleve ao máximo a pena para esses criminosos; que todas as parlamentares se unam nesse sentido e exijam dos seus pares homens posições mais coerentes, mais humanas e, principalmente, mais justas.

 

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