Gerais

Motoristas de ônibus ameaçam iniciar greve na segunda-feira

Os motoristas de ônibus de João Pessoa podem iniciar uma greve na próxima segunda-feira (27). Isso porque a segunda rodada de negociações trabalhistas entre
empresários do setor e a categoria não avançou. Os trabalhadores rejeitaram a proposta de reajuste de 3% sobre salário, vale alimentação e comissão por receber o dinheiro dos passageiros e passar troco.

A reunião entre representantes dos trabalhadores e dos empresários de transporte público começou às 16h de ontem na sede da Superintendência Regional do Trabalho e
Emprego (SRTE) no centro. Logo depois da reunião, por volta das 16h40, a categoria de trabalhadores decidiu por cruzar os braços a partir da próxima semana. O sindicato dos trabalhadores apresentou uma proposta de reajuste salarial de 15%. Segundo a liderança sindical, o salário inicial de um motorista na capital é de R$
2.598. Com a proposta dos trabalhadores, esse valor chegaria a R$ 2.988. Conforme a contraproposta dos empresários, o salário alcançaria aproximadamente R$ 2.676.

“Estamos em assembleia permanente. A gente não queria paralisar, mas infelizmente essa contraproposta é absurda”, disse Ronne Nunes, presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte de Passageiros da Paraíba.  Os profissionais que conduzem os ônibus na capital paraibana também têm direito a auxílio alimentação de R$ 440 e uma comissão/gratificação de R$ 100 por receber dinheiro e passar o troco das passagens.

Sem condições
O Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de João Pessoa (Sintur-JP) afirmou, por meio de nota enviada à imprensa, que os pedidos dos motoristas estão “distantes da capacidade financeira das empresas de transporte, que enfrentam desafios para manter a operação sustentável e equilibrada”.  A entidade declarou que os motoristas reivindicaram também um reajuste de R$ 81% no auxílio alimentação, 150% na comissão/gratificação por receber dinheiro e passar troco e a inclusão de um plano odontológico como benefício.

Apesar do indicativo de greve, as duas partes afirmam permanecer abertas à negociação, o que pode abortar a greve até o início da próxima semana. “O Situr-JP acredita que os canais de diálogo abertos e a disposição de ambas as partes em buscar uma solução podem evitar qualquer medida que impacte a população”, expôs em nota.

Por sua vez, o presidente do sindicato dos motoristas também sinalizou nesse sentido. “Se a classe patronal chamar e tiver uma proposta digna que possa agradar a
categoria, a gente pode fazer uma reunião”, finalizou Nunes.

 

Texto de Marcelo Lima para o Jornal A União

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