Lula chama Hugo e Alcolumbre de amigos e promete ouvir Congresso antes de mandar projetos
O presidente Lula (PT) afirmou nesta segunda-feira (3) que os novos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), são seus amigos e que vai sempre ouvir o Congresso antes de mandar projetos do governo.
“Eu estou muito feliz porque, primeiro, sou amigo dos dois. Tenho conhecimento do compromisso democrático que os dois têm”, disse o presidente. “E quero dizer que eles não terão problema na relação política com o Poder Executivo.”
“Jamais eu mandarei um projeto para a Câmara dos Deputados ou para o Senado sem antes ouvir as lideranças dos partidos políticos, que são os que vão brigar lá dentro para aprovar os projetos”, afirmou. “Jamais mandaremos um projeto sem que haja anuência daqueles que trabalham para que as coisas deem certo no Brasil.”
“O Poder Legislativo não pode se furtar em ajudar o governo do Brasil a melhorar a vida dos brasileiros. E eu tenho certeza que esse é o espírito colaborativo”, disse Alcolumbre. “Precisamos apoiar a agenda do governo.”
“A Câmara estará à disposição para construirmos uma pauta positiva para o país. Rege a nossa Constituição que os Poderes devem ser independentes e harmônicos. E essa harmonia, penso eu, é o que o Brasil precisa”, disse Hugo.
Lula recebeu a dupla no Palácio do Planalto ao lado dos líderes do governo e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral).
Uma parte do encontro foi aberta à imprensa. Questionado depois por jornalistas sobre o papel de Alcolumbre e Hugo na reforma ministerial, Padilha afirmou que o tema ainda não foi tratado por Lula, mas disse que os dois têm influência em seus partidos.
O ministro disse ainda que o imbróglio das emendas parlamentares —tema colocado como prioridade pelos dois eleitos no sábado— não foi discutido.
Segundo ele, a Junta de Execução Orçamentária está fechando uma proposta para redesenhar o Orçamento de 2025. As conversas sobre o tema com o Congresso, disse Padilha, também começam agora.
Padilha disse que a agenda do governo será detalhada na próxima semana. O ministro mencionou a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, estímulo ao micro e pequeno empreendedor, proteção a negócios e famílias no ambiente digital, aumento da pena para responsáveis por incêndios e educação.
O ministro repetiu que o objetivo é aprovar o aumento da isenção do Imposto de Renda neste ano para que a medida já valha em 2026, mas não deu data para o envio do projeto de lei ao Congresso.
Mais cedo, Hugo participou de uma missa na Câmara que contou com a participação do vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Alckmin afirmou que gostou dos discursos de posse dos dois novos presidentes do Congresso, citando a defesa da democracia e o protagonismo do povo e destacando o diálogo. “Esse é o bom caminho”, afirmou.
Horas mais tarde, foi a vez de Hugo ser eleito, com o voto de 444 dos 513 deputados federais. Ele conversou com Lula por telefone neste domingo (2).
Transcrito do Portal Folha de S. Paulo
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil