Acidentes aéreos: 10 pessoas morreram no Brasil em 2025; ano passado foi o mais letal em uma década
Dados incluem a queda de aeronave na manhã de ontem (sexta, 7) na Barra Funda, zona oeste de São Paulo
Adianta a matéria da Folha que, em 2025, 10 pessoas morreram em 21 acidentes aéreos no país, sendo seis deles fatais. Os dados incluem a queda de um avião de pequeno porte na manhã desta sexta-feira (7) na avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo —o piloto Gustavo Medeiros e o advogado Márcio Louzada Carpena morreram com a explosão.
O número do ano passado é superior às 104 mortes de 2016, até então, o ano mais letal na série histórica comparada.
O recorde de letalidade foi atingido nos últimos dias do ano passado. Em 22 de dezembro, a queda de um turbohélice em uma área urbana de Gramado, na Serra Gaúcha, matou dez pessoas.
Segundo a Infraero, a aeronave levantou voo em meio à chuva no aeroporto de Canela (RS), e caiu minutos depois. O avião seguiria para Jundiaí, no interior de São Paulo.
Mas foi no acidente de 9 de agosto, em Vinhedo, que inflou as estatísticas. Na tragédia, um um avião comercial caiu em parafuso na área residencial.
O desastre foi o mais letal do país desde 2007, quando o acidente com o voo 3504 da TAM nos arredores do aeroporto de Congonhas, na zona sul paulistana, deixou 199 mortos, e um dos dez piores já registrados no Brasil.
A aeronave de modelo ATR 72-500 era operado pela empresa Voepass. O voo seguia de Cascavel (PR) para Guarulhos (Grande São Paulo), desceu em queda livre, girando, até atingir a área o condomínio Recanto Florido, no bairro Capela.
O copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva disse que havia “bastante gelo” um minuto antes da queda, segundo relatório preliminar do Cenipa. O relato dele coincidiu com alertas de possível congelamento de partes da aeronave, a provável causa do desastre.
O estado de São Paulo lidera as estatísticas, com 287 acidentes —o levantamento não distingue casos com ou sem mortes.
Na conta de letalidade entram 20 acidentes de helicópteros (sete deles fatais), que provocaram 15 mortes em 2024. Em um deles, quatro bombeiros, um médico e um enfermeiro morreram em 11 de outubro quando tentavam resgatar o corpo de um piloto vítima de queda de avião horas antes na região de Ouro Preto (MG).
Especialistas ouvidos pela reportagem defendem a segurança na aviação brasileiras e dizem que a alta nos acidentes aéreos está diretamente relacionada ao crescimento das operações aéreas no país.
Levantamento da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) mostra que 8 milhões de pessoas foram transportadas em voos comerciais no país em novembro de 2024 (dado mais recente). O número é 8% maior às 7,4 milhões de pessoas embarcadas em aviões no mesmo mês de 2015, mas ainda ligeiramente inferior aos 8,1 milhões de viajantes em novembro de 2019, antes da pandemia.
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