Oposição de Conde pode partir unida diante de afagos de João à Márcia Lucena; perseguições e demissões inflamaram os ânimos
O Conde sob o comando de Márcia Lucena transformou-se num território ideal para os sobreviventes do esquema do ex-governador Ricardo Coutinho.
Não apenas como refúgio para abrigar boa parte da cúpula socialista tornozelada como também reduto de onde a força e a influência política da organização criminosa se manifesta e se expande notadamente para o interior da máquina oficial, perseguindo e removendo tudo aquilo que significa obstáculo para os interesses do esquema desbaratado pelo Gaeco.
Essa força, tudo indica, se manifesta em toda estrutura administrativa e operacional do Governo de João, emprestando ao governador aquela situação clássica da Rainha da Inglaterra que reina, mas não governa.
Situações esdruxulas acontecem diariamente mostrando e provando que esse poder banido pela Justiça ainda se mantém firme e forte mesmo que estigmatizado por tornozeleiras.
A influência de Márcia Lucena dentro da Secretaria da Educação pode ser aferida pelas demissões de indicados por aliados do governador para cargos no Estado, lotados na pasta.
O irmão e a esposa de dois dos vereadores, por exemplo, foram sumariamente demitidos logo após os parlamentares aparecerem em foto com dirigentes do partido Cidadania do governador e a conclusão a que chegaram é que sofreram retaliações, pela ousadia de abraçar a causa do partido governamental.
O episódio causou desconforto e acima de tudo desconfiança na liderança do governador, incapaz de reverter as demissões e de reagir a fúria socialista, permitindo que os que cerraram fileiras com seus objetivos político sejam retaliados.
Cenário politico
A Oposição de Conde só precisaria de composição para retomar a prefeitura, o que fica demonstrando nos resultados eleitorais da campanha passada onde a soma dos votos dados aos candidatos de oposição superaram e muito os obtidos por Márcia Lucena.
Insatisfeitos e desconfiados, os oposicionistas de Conde se articulam para escapar a esse estrangulamento politico que a tibieza do governador estaria permitindo a Márcia Lucena aplicar.
Em reuniões internas, eles já deixaram claro que não haverá dificuldades para uma composição de forças, já que não há nítida demonstração de apoio e solidariedade da parte do governador muito menos do partido inerte e esquivo quanto as providências para fortalecer o projeto de retomada do mais emblemático reduto socialista no Estado, que é o Conde.
Há também uma insatisfação e uma desconfiança latentes em relação ao Chefe de Gabinete do Governador e presidente do Cidadania, Ronaldo Guerra, que, na ótica da oposição de Conde, estaria dificultando muito mais do que ajudando, o que também estaria sendo interpretado como jogo duplo para beneficiar Márcia Lucena e isolar o secretário de comunicação, jornalista Nonato Bandeira, cuja influência e poder de articulação estaria sendo minado, restrito a sala de visitas do Governo, desconhecendo o que que se passa na cozinha e na dispensa, de acordo com a avaliação de um dos coordenadores de campanha de Olavo Macarrão.
A situação no Conde é de indignação e perplexidade.
Atualizado às 11:45