Euler desafia governador e revoga decreto oficial que o impedia de retaliar e perseguir desafetos
Se dúvidas haviam sobre a predominância e total autonomia do comandante geral da Polícia Militar, Euler Chaves, dentro e sobre o Governo de João Azevedo a resolução publicada no Boletim da corporação do dia 16 deste mês, revogando o decreto governamental 40.135 de março deste ano, dirime todas de forma peremptória.
Numa canetada só, o coronel desmoraliza na resolução decretos e portarias dos superiores, além de desconhecer a importância da Procuradoria Geral do Estado, como também a Corregedoria da Secretaria de Segurança, ao revogar a suspensão dos prazos para o decurso dos processos administrativos numa demonstração de autonomia que o coloca no topo da hierarquia estadual de onde, da sua glória e poder, não cuida dar satisfação a ninguém dos seus atos, mesmo que os mais mesquinhos e rasteiros, que visam perseguir e retaliar desafetos dentro da corporação, como denuncia o deputado Cabo Gilberto.
Sem maiores cuidados, sem o menor respeito e consideração aos princípios da hierarquia tão basilar na caserna, chutando as aparências, arrancando a máscara da hipocrisia que sempre ostentou para disfarçar sua pobreza de caráter, Euller partiu para afrontar um governador que se mostra tíbio, acuado diante do seu potencial de delator – depositário fiel de segredos impublicáveis e inconfessáveis, provavelmente – e mandou as favas o decreto governamental de março deste ano, que suspendeu os prazos para a tramitação dos processos administrativos dos quais se valia para impor seus caprichos, intimidar e perseguir seus desafetos, como identifica o deputado Cabo Gilberto ao botar a boca no trombone e revelar as intenções subalternas do major que virou comandante geral.
A conclusão que se chega dentro dos quartéis com a demonstração de força descomunal do comandante, desfazendo o que foi decretado pelos superiores, é de que exerce uma influência aterradora sobre o governador e demais auxiliares, todos impotentes e submissos diante dos segredos que guardaria na sua Caixa de Pandora.
O decreto de março provavelmente visava restringir ou conter a inclinação do comandante geral pela mesquinharia rasteira, pela perseguição solerte tão ao gosto do tornozelado Ricardo Coutinho, que o deixava à vontade para usar seu sortimento de maldades fartamente distribuído dentro da corporação na medida que seu espirito tacanho identificava opositores ou insurgentes.
O atropelamento das decisões superiores também é visto como uma estratégia de peitar o Governo para saber da disposição de mantê-lo ou não no cargo.
A resolução deste boletim do dia 16 seria uma primeira dose para ver se João Azevedo tem aquilo roxo e se seria capaz de exonera-lo principalmente agora que se entrincheirou numa casamata cujas cores se identificam com a linha ideológica do presidente Jair Bolsonaro num movimento pela sobrevivência, já identificado por setores da Segurança Pública.
O desafio foi lançado, resta saber se João vai engolir o sapo e se tem aquilo roxo.