O clima de depravação e fuxico faz a festa diária em Bayeux; arautos do apocalipse anunciam novos escândalos e pedem intervenção do Gaeco na cidade
Bayeux é uma cidade em permanente expectativa, em infindável suspense, que faria inveja ao mestre do suspense, Alfred Hitchcock, a maior celebridade no ramo, e que devia ter nascido em Bayeux em vez da enevoada Londres, cuja neblina densa inspirou o gênio inglês do cinema.
Hitchcock, nascido em Bayeux, teria a oportunidade de conviver e aprender com gênios de sua especialidade, que todas as manhãs atiram na ansiedade a população local com previsões, as mais sombrias e que fazem arrepiar os cabelos de muita gente.
São verdadeiros Gênios do terrorismo sonoro, espalhando as mais incríveis versões sobre os mais apimentados escândalos envolvendo celebridades da política local onde a imaginação se perde em fantásticas e escabrosas relações, que vão das alcovas aos gabinetes oficiais.
A cada dia um capítulo de horrores, onde a privacidade alheia é vasculhada com requintes que só a perversão pode inspirar estraçalhando nervos e reputações num festival de atrocidades que só os gênios do mangue podem conceber.
São vozes tão marcantes, que são identificadas apenas pelo espalhafato com que vomitam suas versões, exageradas, mas não longe da verdade tal grau de dissolução atingiu a política no município, atirando no desespero os aludidos, apresentados de forma a serem reconhecidos pelo protagonismo nesse mar de lama.
Todas as manhãs o Coliseu de Bayeux entra em efervescência turbinado por esses arautos da tragédia alheia mestres em arrastar na lama a reputação dos outros.
Logo cedo bem cedo mesmo, eles rompem o silêncio das madrugadas profetizando desgraças e enxovalhamentos, colocando de pé a curiosidade mórbida dos fiéis ouvintes já com a língua afiada para espalhar o noticiário pontual da infâmia, da injúria e da calúnia, ração cotidiana a que foi acostumada a opinião pública de Bayeux estimulada pelos escândalos que protagonizam seus representantes políticos.
Um verdadeiro circo de horrores, um requintado clima de suspense, o que torna mais terrível ainda o suplício das estrelas desse universo em extinção, caso as urnas exerçam seu papel depurador.