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ACESSIBILIDADE: Vias com rampas aumentam na PB

De 2010 a 2022, segundo o Censo 2022, também houve ampliação de calçadas, bueiros e iluminação pública 

O número de moradores da Paraíba vivendo em domicílios localizados em vias com rampas para cadeirantes aumentou 742,1%, de 2010 para 2022, segundo dados do Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esse dado representa um salto de 34.405 para 289.708 pessoas. Apesar do crescimento, a Paraíba registrou a oitava menor proporção de pessoas dispondo desses equipamentos de acessibilidade urbana, ficando com 9,2% em relação à média nacional (15,2%) e acima da taxa regional (8,7%).

Entre os municípios paraibanos, Parari lidera com 52,8% dos moradores que vivem em vias com a existência de rampas para cadeirantes, seguido de Salgadinho (51,5%) e São João do Cariri (39,9%). Logo depois vem Campina Grande, com 12,9% e João Pessoa (12,5%), que registraram taxas acima da média estadual (9,2%).

Além disso, o IBGE também destaca que 314.275 paraibanos viviam em vias com calçadas livres de obstáculos, o que equivale a apenas 10% dos moradores de áreas urbanizadas. Os obstáculos são buracos, desníveis, rampas para veículos ou postes, que dificultam a circulação dos pedestres. De acordo com o órgão, o levantamento dessas informações é uma novidade.

A pesquisa mostrou ainda que, no mesmo período, a presença de bueiros ou bocas de lobos na vias, essenciais para a drenagem de águas pluviais, também cresceu 91,5%, saindo de 444.939, em 2010, para 852.171, em 2022. Esse cenário, em 2022, atingiu 27,2% da população, quando, em 2010, era apenas 15,9%.

De acordo com o analista de divulgação do IBGE, Filipe Borsani, os bueiros ou boca de lobo são componentes importantes da infraestrutura urbana, que desempenham funções como a drenagem de águas pluviais, pois coletam a água da chuva que escorre pelas ruas e calçadas. “Isso evita que ocorram os alagamentos e os acúmulos de água que podem causar danos à infraestrutura e às propriedades”, salientou.

Iluminação

A iluminação pública, característica urbanística com maior presença no entorno dos domicílios paraibanos investigados pelo levantamento, alcançou, em 2022, uma taxa muito próxima da universalização, correspondente a 98,2% dos residentes nesses domicílios (3,1 milhões de pessoas). Em 2010, a proporção era de 96,6% (2,7 milhões de pessoas). O percentual estadual de 2022 foi o 10o maior do país, além de ter ficado acima das médias brasileira (97,5%) e nordestina (97,9%).

Ciclovias

Em 2022, o IBGE também constatou que as vias sinalizadas para bicicletas eram raras no estado. À época, esse cenário representava 1,5% dos moradores de áreas urbanas, isto é, 47.713 pessoas que dispunham de vias com alguma sinalização para o tráfego de bicicletas, a exemplo de ciclovias e ciclofaixas. Tanto no cenário nacional quanto no regional, as taxas foram mais elevadas, de 1,9% e 1,6%, respectivamente.

Em todas as unidades da federação, esse indicador alcançou valores significativamente baixos, refletindo o fato de que a infraestrutura viária do país ainda é muito voltada para o trânsito de veículos automotores. No estado, apenas 56 municípios contam com esse tipo de infraestrutura urbana. O índice mais elevado foi registrado em Campina Grande, com 5,2%, seguido de Araçagi (4,2%), Riachão do Poço (4%) e de João Pessoa (2,5%).

Circulação

Pela primeira vez, o Censo de 2022 investigou a capacidade máxima de circulação das vias, o que retrata a estrutura viária para os veículos. Na Paraíba, 91,1% das pessoas, ou seja, 2,9 milhões de paraibanos, viviam em trechos onde o trânsito de caminhões ou ônibus era possível. Esse percentual é superior à média nacional, de 90,8%, e à nordestina (86,5%). Esse indicador reflete, de forma cumulativa, a capacidade da via para a circulação de caminhões, ônibus e veículos de transporte de carga, além de veículos de passeio, vans, motocicletas e pedestres.

À época, 200 mil paraibanos (6,4% da população) viviam em trechos de vias com capacidade máxima para a circulação de carros ou vans. Essa proporção é menor que a média da região (8,6%) e maior que a média nacional (6,1%). Além disso, cerca de 75 mil pessoas (2,4%) moravam em áreas onde apenas motocicletas, bicicletas e pedestres conseguiam circular. Nesse caso, os percentuais foram inferiores tanto à média nacional (2,9%) quanto à regional (4,7%).

Outro item relacionado à infraestrutura urbana que foi pesquisado pela primeira vez foi a existência de pontos de ônibus ou van. Na Paraíba, foram identificados pontos de ônibus e de vans em trechos de vias onde viviam apenas 5% dos moradores, o que corresponde a 156 mil pessoas. O percentual estadual ficou acima da média nordestina (4,5%), mas abaixo da nacional (8,8%).

Arborização

Em 2022, na Paraíba, 64,7% da população (ou dois milhões de pessoas) viviam em ruas arborizadas. Esse percentual é um pouco menor que a média nacional (66%), entretanto, é superior à média do Nordeste, de 55,2%. Por outro lado, 35,2% dos moradores do estado (1,1 milhão) residiam em vias sem nenhuma arborização.

Em termos de quantidades de árvores nas vias estaduais, 721 mil (23%) viviam em vias com até duas árvores, cerca de 418 mil (13,3%) em vias com três ou quatro árvores e 889 mil (28,4%) moravam em vias com cinco ou mais árvores.

De acordo com a pesquisa, os municípios paraibanos onde foram constatados os menores percentuais de moradores em vias com arborização foram Matinhas (23,8%), Alagoa Nova e Lucena (ambas com 30,0%), Araçagi (30,3%) e São Miguel de Taipu (31,6%). Por outro lado, Marcação (96,2%), Triunfo (96,7%), Poço de José de Moura (96,8%), Curral Velho (97,1%) e Santa Inês (97,3%) registraram os maiores percentuais.

 

Transcrito do Jornal A União desta sexta-feira, 18/4

Foto: Evandro Pereira/Jornal A União

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