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Agricultor paraibano passa por amputação de mão após transplante inédito

O agricultor paraibano Damião de Oliveira Bezerra, de 47 anos, precisou amputar a mão que havia sido transplantada no primeiro transplante autólogo de mão da história da medicina brasileira. A cirurgia, que ocorreu em Recife no dia 13 de julho, não obteve os resultados esperados, precisando da amputação funcional. O agricultor teve alta nesta terça-feira e poderá retornar a Monteiro, onde reside.

Em nota, o Hospital SOS Mão informou que a amputação foi necessária porque a mão transplantada não evoluiu “a contento” em decorrência de uma trombose arterial e venosa com quadro irreversível. A trombose é a formação de um ou mais coágulos que impedem a circulação sanguínea no local onde se manifestam. Neste caso, sem a circulação sanguínea, a mão transplantada não teria como se adaptar ao novo local.

Na ocasião da cirurgia, o médico Mauri Cortez explicou que o paciente precisaria de, aproximadamente, 15 dias para que apresentasse sinais de que a cirurgia tivesse o objetivo de recuperar as funções do membro transplantado.

Com a amputação, o médico cirurgião Rui Ferreira trata pessoalmente das tratativas pela viabilização de uma prótese. A nota divulgada pela assessoria informa que o médico já “entrou em contato com a fabricante da prótese, de origem alemã, e com autoridades da Paraíba para viabilizá-la”. Até o fechamento da matéria, não temos informações de quais autoridades do Estado foram procuradas.

Apesar do ineditismo no país, o transplante autólogo de mão, quando o transplante ocorre na mesma pessoa, realizado no paraibano foi o oitavo registro do procedimento em todo o mundo. A cirurgia foi feita de forma gratuita para o paciente, com todas as despesas bancadas pelo Instituto SOS Mão, em Recife-PE, fundado pelos cirurgiões que comandaram o procedimento.

Damião de Oliveira Bezerra teve a mão direita amputada em uma máquina forrageira quando preparava alimento para a criação bovina aos 17 anos. Convivendo apenas com a mão esquerda durante quase 30 anos, o agricultor sofreu um acidente de carro há oito meses e perdeu a funcionalidade da mão esquerda em decorrência de paralisia total do plexo braquial esquerdo, causando a interrupção dos sinais que vão do cérebro para os músculos, impedindo que a musculatura do braço, antebraço e mão funcionem. Além de lesão cervical e orelha decepada.

O procedimento realizado no Hospital SOS Mão, na capital pernambucana, teve como objetivo realizar o transplante da mão esquerda para o braço direito na tentativa de promover a função adequada a uma das mãos e melhorar a condição de vida do paciente. A equipe médica liderada pelos médicos especialistas Rui Ferreira e Mauri Cortez optou pelo transplante por conta dos músculos ainda vivos na mão esquerda.

Na ocasião, os médicos descartaram o transplante de mão proveniente de uma pessoa que morreu por conta do alto risco de rejeição do novo membro. Outra possibilidade seria o uso de prótese, mas foi descartado por conta do alto custo para o agricultor, que seria em torno de R$ 100 mil.

Transcrito do jornal A União

Foto: Gleyson Ramos/Assessoria

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