AIKO, equipamento de espionagem, sumiu depois de substituído pelo Guardião
Há uma sombra negra pairando no horizonte da Segurança Pública na Paraíba sinalizando para graves e perigosas atividades clandestinas de espionagem telefônica. São muitos os ruídos que pipocam dessa comunicação sinistra e nebulosa sinalizando para a monitoração de celulares de autoridades, políticos e jornalistas, sem autorização judicial, ferindo direitos individuais, consagrados em cartas internacionais, que proíbem e condenam essa violação da privacidade alheia.
Esse surto de espionagem não seria uma atividade exclusiva da Paraíba e de tanto ser exercida cunhou um neologismo: Arapongas, agentes que se dedicam bisbilhotar criminosamente pessoas e empresas, porque a atividade se estendeu para outras atividades e invadiu o setor empresarial na corrida louca para espionar a concorrência.
Mas, aqui no estado, ela estaria sob o jugo da política servindo a interesses escusos de lideranças partidárias. O que mais ensombrece o horizonte dessa atividade é que um dos equipamentos utilizado para invadir e vasculhar a vida de pessoas, o AIKO, substituído pelo Guardião simplesmente sumiu, escafedeu-se, desapareceu nos corredores sombrios do universo policial.
O aparelho, considerado obsoleto, mas ainda com capacidade para invadir a privacidade alheia, teria sido desativado para dar vez ao famoso Guardião, que parecer estar também com seus dias contados haja vista a movimentação sorrateira do Comando da PM para adquirir novos equipamentos.
No entanto, dúvidas sobre essa desativação são alimentadas no interior do aparelho policial já que ninguém sabe como foi feito o procedimento legal, que seria entregar o aparelho ao Ministério Público ou Policia Federal depois de sua desativação.
Essa documentação, porém, nunca foi apresentada e ninguém tem conhecimento dela; e essa lacuna burocrática alimenta as suspeitas que o AIKO ainda estaria em atividade na posse de mãos escusas a serviço de interesses mais escusos ainda.
Segundo uma fonte da Polícia, nada confirma que o aparelho tenha sido entregue ao Ministério Público, depois de desativado nos idos de 2011, quando substituído pelo Guardião hoje a estrela top do mundo da espionagem oficial, já que não existiria documentação comprobatória desse trâmite legal.
Esse sumiço é o que alimenta o receio e as suspeitas de que, o AIKO ainda estaria em atividade servindo para bisbilhotar a vida de pessoas públicas e privadas, obedecendo a objetivos espúrios de determinada liderança política, nas mãos de agentes públicos, vinculados a esquemas políticos em atuação.
O que ocorre nas Alagoas, onde o Ministério Público interferiu diante das evidências de espionagem ilegal, pode estar acontecendo aqui na Paraíba nesse exato momento e o equipamento supostamente desaparecido pode estar abarrotando de informações dossiês que comprometam figuras públicas, adversárias do Poderoso Chefão, aquela figura que teria se evadido das páginas do livro de Mário Puzo, para estabelecer os métodos da Máfia na Paraíba.
Os indícios são gritantes e áudios onde oficiais superiores da Polícia Militar se queixam de estarem sendo espionados por colegas, já estariam nas mãos da Polícia Federal, faltando apenas que o Ministério Público do Estado siga o exemplo do que foi realizado pelo alagoano e saia da inércia para ação e abra procedimento para saber pelo menos o paradeiro do AIKO.
Diante da suposta omissão de autoridades do Ministério Público e do silêncio das autoridades ligadas ao aparelho policial paraibano e da revelação de aquisição pela Polícia Militar, de equipamentos destinados à espionagem, sabendo-se que a corporação não pode exercer essa atividade restrita a outros órgãos policiais, o deputado Cabo Gilberto vai ingressar com uma interpelação ao Ministério Público para desvendar esse mundo sombrio da arapongagem no Estado.