Alta de casos de dengue aquece venda de repelentes em JP
Nem todos os produtos servem para uso em crianças
Em função do aumento considerável de casos registrados de dengue e demais doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, a busca por repelentes tem sido cada vez maior. Durante os dois primeiros meses do ano, a procura aumentou 26,4% nas farmácias do pais em relação ao mesmo período no ano passado, de acordo com a empresa Linx, especializada em softwares para o varejo.
O infectologista Fernando Chagas explica que existem diversos tipos diferentes de repelentes, mas a indicação da melhor opção a ser adquirida é baseada nas substâncias que os compõem. “Os mais aconselhados, por ter ação contra o Aedes aegypti, são o que nós chamamos de DEET e os que têm a substância chamada icaridina.” “Não é seguro o DEET em crianças, especialmente abaixo de dois anos de idade, e também pode ser tóxico para gestantes”, alerta o especialista. “Já repelentes com icaridina podem ser aplicados em crianças e em gestantes, e o interessante é que a icaridina tem um tempo de atuação maior”.
No ato da compra, o cliente deve certificar-se de que o repelente escolhido segue as normas da Vigilância Sanitária e atentar-se para as indicações expressas no rótulo. O diretor geral da Agência Estadual de Vigilância Sanitária (Agevisa/PB), Geraldo Moreira, pontua que “é importante que as pessoas, ao adquirirem produtos repelentes, observem se eles estão registrados na Anvisa, pois é esse registro que garante que há eficácia na sua aplicação”.
Em João Pessoa, os funcionários das farmácias confirmam a alta da demanda. O farmacêutico Vinícius Carvalho explicou que o aumento na procura teve início ainda nas primeiras semanas de fevereiro. “Começou bastante próximo ao Carnaval, devido às altas temperaturas e ao aumento da umidade do ar, e quando a gente começou a ter o aumento do surto da dengue. Então, os clientes compareciam bastante, procurando repelentes de marcas específicas, mas com a maior proteção possível, de seis a 12 horas de proteção.”
Apesar da intensa busca, o farmacêutico garante que o estabelecimento, localizado no bairro de Cruz das Armas, está abastecido e que o preço continua o mesmo. “Tem um estoque vasto e a venda está sendo consideravelmente alta, mas a gente está conseguindo manter isso”, afirma ele. No estabelecimento em que atua a farmacêutica Dayse Praga, no centro da capital paraibana, a demanda também está bastante alta e vem de diversas faixas etárias. Ela aproveita, também, para orientar os clientes sobre o uso correto do produto. “A gente indica o repelente e a forma que eles devem usar”, diz ela.
Silvana Simone, confeiteira, foi uma das inúmeras pessoas que já garantiram a aquisição do produto. “Já tem dois meses que eu comprei, mais ou menos. “Quando a gente sai, no final de semana, eu levo as crianças, então é importante ter”, explicou.
Camilla Barbosa, para o Jornal A União
Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília