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Animais recém-nascidos recebem cuidados especiais no Parque Arruda Câmara

O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Bica), abriga atualmente cerca de 400 animais entre aves, répteis e mamíferos de espécies nativas e exóticas. Alguns desses animais nasceram no Parque ou chegaram lá muito pequenos. Por isso, antes de serem expostos passam pelo setor de neonatologia, que acompanha o desenvolvimento dos filhotes.

De acordo com a bióloga Ingrid Louise, responsável pela neonatologia, o setor cuida tanto dos filhotes nascidos no Parque, quanto os que chegam à instituição levados pelos órgãos competentes – como o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e Polícia Ambiental – os de vida livre, aqueles que vivem na mata do Parque mas não fazem parte do plantel.

“Nosso trabalho é acompanhar o desenvolvimento do filhote desde o nascimento, inclusive dos que ficam com a mãe. Caso surja a necessidade de intervir, ou seja, se a mãe não está conseguindo cuidar, se nós percebermos alguma rejeição, vamos pegar esse o filhote e cuidar, pois precisamos priorizar a sobrevivência dele”, explica.

Cuidados – Garantir o desenvolvimento dos filhotes é um desafio que a equipe do Parque encara com tranquilidade. “A gente tenta fazer o mínimo de interação possível para não impactar na reabilitação e futura soltura, mas para alguns animais é necessário esse momento de proximidade, precisam do contato, sentir a respiração etc”, esclarece a bióloga.

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Ela ressalta que é fundamental saber o que o animal precisa para se desenvolver bem, como é a alimentação dele nessa fase da vida, pois no início não vai comer a mesma coisa que um adulto. “É preciso respeitar todos esses fatores e tratar o filhote como indivíduo para que ele cresça e se desenvolva normalmente”, afirma.

Filhotes – Os dois novos ‘bebês’ do Parque Arruda Câmara são uma preguiça-comum (Bradypus variegatus) de aproximadamente cinco meses e uma cuíca (Marmosops paulensis) que tem pouco mais de um mês. Ambos são animais de vida livre que se perderam da mãe e que provavelmente serão destinados à soltura.

A preguiça chegou ao Parque há quatro meses e recebeu o nome de Luna. Ela veio de uma área de supressão – espaço onde houve perda ou retirada da vegetação –, se perdeu da mãe, foi resgatada e encaminhada para o Cetas e de lá para a Bica onde pode receber os cuidados necessários até chegar à idade ideal para soltura.

“Nós damos o banho de sol diariamente, que é importante para o filhote. Além disso, precisamos ficar atentos às fezes e à urina, fazemos o acompanhamento diário do peso para saber se ela está ganhando ou perdendo peso. Ela ainda toma um leite específico para a espécie (sucedâneo), mas já come folhinhas que os animais adultos comem”, conta.

Outra preguiça-comum sob os cuidados da neonatologia é John, encontrado no ano passado na entrada do Parque e agora está com um ano de vida. Já a cuíca ainda não tem nome. Esse pequeno marsupial de atividade noturna é onívoro e vive na copa das árvores. A espécie é endêmica do Brasil e o animal adulto pode chegar a 13 centímetros (cm).

Doações – O Parque só fica com animais que não conseguem mais viver livremente na natureza e não recebe nenhum animal de terceiros. Então, quem encontrar um animal silvestre, como as preguiças, que sempre são recolhidas nas proximidades da Mata do Buraquinho, deve acionar a Polícia Ambiental, que encaminha ao Cetas.

Visitas – O Parque Zoobotânico Arruda Câmara (Av. Gouvêia Nóbrega, s/n – Baixo Roger) funciona de terça-feira a domingo, das 8h às 12h – a entrada é até as 11h – e das 13h às 17h, com entrada até as 16h. O valor do ingresso é R$ 2. Idosos acima de 65 anos e crianças até sete anos não pagam. O telefone para contato é 3218-9710.

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