Batida de pino: Resolução do Comando Geral que revogava decreto do governador foi ‘sobrestada’
Muitas vezes a emenda sai pior que o soneto e parece foi o que aconteceu com a resolução publicada em Boletim da Polícia Militar revogando decreto do governador que orientava a suspensão dos prazos processuais, considerada insolente pelos altos escalões do Governo notadamente no âmbito da Secretaria de Segurança, que interpretou a iniciativa como provocação com bastante ranço de desacato.
A resolução interna causou perplexidade e alvoroço pelo teor e propósito de revogar um decreto do governador, que suspendia os prazos para o decurso de processos administrativos, voltados para apurar processos de punição aos integrantes da Polícia Militar.
De forma absolutamente provocativa e desrespeitosa – já que sem a menor jurisdição ou competência para revogar o decreto, o comando da Polícia Militar publicou uma resolução, em boletim interno, revogando os efeitos da determinação que impedia a caça às bruxas tão almejada pelo comandante geral, segundo denúncias do deputado Cabo Gilberto, que enxerga na manobra do coronel Euler o desejo furioso de perseguir e intimidar a tropa.
A resolução atropelou, além do decreto de João Azevedo, a hierarquia administrativa, já que ignorou completamente a autoridade da Corregedoria Geral da Secretaria como também a Procuradoria Geral do Estado numa demonstração de independência que faz acreditar que o Comandante é uma ilha de autonomia dentro do Governo de João Azevedo pelo simples fato de ter sido indicado pelo ex-governador Ricardo Coutinho e, por essa razão, só a ele daria satisfações.
Mas o teste de autonomia e intimidação, engendrado pelo coronel Euler, aliado de primeira hora e devotado seguidor do ex-governador – hoje tornozelado e acusado de chefiar a mais bem montada organização criminosa – encontrou resistência, revelando que há limites para o atrevimento.
Diante da atitude firme do Governo, o Comandante geral enviou emissário para colocar panos quentes na questão, que teria aumentado seu desgaste por uma enxurrada de situações semelhantes e nebulosas, como também contribuído para abrir os olhos do governador a começar pelo desejo ardente dele ser presidente de um Conselho de Comandantes, umbilicalmente vinculado ao Presidente da República; além do papel de delator das contas de órgãos do Governo como Corpo de Bombeiros junto ao TCE, quando tentou abrir a Caixa de Pandora que exibe como ameaça por conter supostamente segredos que abalariam os alicerces do esquema do qual João foi protagonista como candidato.
O emissário, um obtuso coronel que ocupar a corregedoria da corporação encontrou na Corregedoria da Secretaria um iceberg de indiferença aos argumentos e explicações, principalmente por ter assumido uma responsabilidade que todos sabem ser da inspiração do comandante reincidente em jogar na arena auxiliares, quando suas manobras solertes não dão certo.
O enrolado corregedor da PM gaguejou, engoliu em seco, mas percebeu a gravidade da resolução publicada e correu para sobrestá-la em boletim endereçado aos comandantes de unidade, desfazendo o que a impertinência e insolência do comandante gerou, mas, sem observar os trâmites legais, que seriam revogar a desastrada portaria tida e havida como uma provocação e um teste para avaliar a disposição de enfrentamento do governador.
Por essas e outras, o comandante estaria encontrando dificuldades para despachar com o governador dedicado a atender e prestigiar o secretário de segurança por ele escolhido e em quem deposita total confiança.
Pelo isolamento dos últimos tempos, a que estaria sendo submetido o produtor cinematográfico de Ricardo Coutinho, seu tempo de validade teria esgotado.
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