Blindagem de Estela confirma advertência do MPF sobre o poder de fogo de Ricardo Coutinho e sua organização criminosa: Poderes na PB estariam subjugados e aterrorizados por chantagens e ameaças
Já há uma convicção que os poderes na Paraíba estariam subjugados a Ocrim desbaratada pela Operação Calvário. Em seu relato o Mistério Público ressalta e enfatiza que ninguém pode duvidar do poder de pressão e de intimidação do ex-governador Ricardo Coutinho sobre os poderes constituídos do Estado paraibano.
É uma advertência que arrepia e causa estremecimento e pavor principalmente pelo reconhecimento dos investigadores sobre a capacidade de intimidação e subjugação do chefe da organização criminosa montada com o objetivo de saquear o estado e de se perpetuar como hegemonia política.
Em muitos setores da sociedade prevalece uma convicção de que, não fosse o Ministério Público do Rio de Janeiro a conduzir as investigações nada do que foi revelado teria sido revelado e a organização continuaria atuando tranquilamente na sua missão de espoliar os paraibanos.
O que foi revelado pelas investigações, que ontem adentrou em três gabinetes de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado à procura de documentos e evidências de cumplicidade, subalternidade e parceria de integrantes do órgão aos ditames do ex-governador e sua quadrilha, comprova a sujeição que foi imposta aos poderes, denunciada pelos procuradores que comandam as investigações.
Dos sete conselheiros titulares, quatro estão sob suspeitas de envolvimento com esquema de corrupção e já foram alvos de busca e apreensão numa evidente demonstração de que as instituições paraibanas foram e estão contaminadas pela saliva corrosiva dos corruptos.
A decisão da Assembleia Legislativa de livrar a cara de uma das personalidades criminosas, mais evolvidas com o esquema de corrupção, demonstra todo poder da quadrilha que vem aterrorizando, amedrontando e subjugando os Poderes, como foi identificado e advertido pelo Ministério Público Federal ainda imune a essa baba pestilenta destilada pelo monstro de sete cabeças, escondido no Palácio da Redenção, e que parece também estar paralisando o governador João Azevedo.
Esse esquema criminoso ganhou dimensões que fogem à compreensão do cidadão pelo enorme poder adquirido através de muito dinheiro, de muita pressão, de muita chantagem e de nenhum resíduo de vergonha, cuja capacidade de dissimulação se esconde por detrás das faces mais hipócritas e dos discurso mais cínicos, que tem como exemplo acabado a nota do ex-governador quando se dirige aos paraibanos mostrando-se perseguido, injustiçado, caluniado e ultrajado pela Justiça e pelo Mistério Público, autores de peças processuais, segundo ele, com acusações genéricas, que não o atingem, reproduzindo aquela defesa que notabilizou os canalhas desse país.
Ao derrubar a sentença da Justiça que mandava prender Estela, os parlamentares não deram um exemplo de independência e autonomia muito pelo contrário: reforçaram a advertência dos investigadores sobre a capacidade e poder de pressão e chantagem que o esquema criminoso liderado pelo ex-governador possui e ostenta de forma tão acintosa.
Já ficou claro que a maior parte do dinheiro desviado serviu para irrigar campanhas políticas no Estado e ao livrar a cara de Estela, eles confirmam que a baba pode estar subindo as calçadas da Assembleia e ameaçando afogar todos, ou boa parte deles, na lama da corrupção produzida pelo ex-governador e que resultou na eleição de muita gente principalmente quem aterrissou na Casa de Epitácio.