Deputado Cabo Gilberto Silva dispara e diz que a Polícia Militar e a Sociedade consideram uma afronta a permanência de Euller no Comando
Já saiu dos limites da caserna o constrangimento que a manutenção do coronel Euler no comando da Polícia Militar tem causado. Sensação que só perde para o estarrecimento e perplexidade que a apatia do governador João Azevedo provoca naqueles que acompanham o flagelo moral da corporação submetida ao vexame de ter no comando alguém cuja reputação moral foi atirada na sarjeta.
Depois de oficiais da reserva de alta patente, vistos como referência para a corporação terem deixado o conforto dos pijamas e o vai-e-vem gostoso das cadeiras de balanço para fustigar a consciência entorpecida da instituição com graves e virulentas admoestações ao ainda comandante geral; agora é a vez do mais legítimo representante dos policiais militares sair a publico para manifestar sua indignação com a mais deplorável situação já vivenciada pela corporação nos seus quase 200 anos de existência.
Do alto do seu mandato de deputado estadual o cabo Gilberto faz dueto com o coronel Costa e expressa sua revolta e inconformidade com a permanência do coronel Euler no comando da Polícia Militar estranhando, como os demais, a inércia do Governo e, particularmente do governador João Azevedo diante do acinte e do desrespeito à sociedade que se constitui a manutenção no cargo de um comandante que extrapolou todos os conceitos da decência e da probidade.
Revoltado, o deputado diz que nunca na história da corporação um comandante geral teve tantas e tão sólidas relações com o crime organizado como provaram as investigações sobre o maior escândalo de corrupção já registrado nos anais da crônica policial.
Ele afirma que, não bastante tudo o que as investigações provaram como coronéis dando suporte ao transporte do dinheiro da propina sugado aos cofres públicos aos borbotões, ressalta ainda que toda trajetória e toda história do coronel Euler é revestida de escândalos que realçam sua deformação moral e sua recorrente vocação para o ilegal e para o que engorda os bolsos haja vista as reiteradas denúncias, que nunca prosperam em razão do esquema criminoso montado pelo ex-governador Ricardo Coutinho, onde os demais poderes estavam cumpliciados com sua atividade criminosa como revelam as investigações que adentraram e estão adentrando aos suntuosos palácios da Justiça.
Relembra o deputado que, apesar dos muitos requerimentos encaminhados aos diversos órgãos de apuração e fiscalização nada lhe foi respondido quando se tratava de investigar as denúncias contra o comandante geral nem mesmo aqueles que foram endereçados ao Ministério Público.
E oferece como exemplo desse silêncio conivente – e como resposta aos seus requerimentos de representante do povo – o engavetado dossiê da Ouvidoria da Secretaria de Segurança Pública, onde um vasto e comprometedor relatório desnudava as investidas do coronel ao erário solidariamente arquivado pelo hoje presidiário Gilberto Carneiro então Procurador Geral do Estado, o que comprovaria a sintonia e a articulação que a quadrilha tinha quando algum membro corria o risco de ser desmascarado.
Em relação aos desmandos administrativos, que apontavam e apontam para as muitas licitações suspeitas – que caracterizavam o Governo de assalto aos cofres públicos – agora comprovadamente criminosas pelo que apurou a Operação Calvário, o deputado Cabo Gilberto enfatiza às tenebrosas relações do comandante com conselheiros venais, hoje sob a mira da Justiça e afastados das funções por determinação judicial.
Segundo ele, não foram poucas as ações envolvendo tribunais e a própria Assembleia onde a bancada governista esmerou-se em dar apoio e cobertura às falcatruas do coronel e lembra a célebre jabuticaba do final de Governo onde as imoralidades cometidas pelo comandante foram “corrigidas” por leis aprovadas ao toque de caixa para que as garras da Justiça não alcançassem o capanga fardado de Ricardo Coutinho.
E dispara o deputado: “Todo esse cenário de indecências, de imoralidades, não se mostra suficiente para que o governado João Azevedo tome as providências que qualquer gestor probo e preocupado com a reputação de sua gestão tomaria sem relutar, o que não parece ser o caso do atual governante complacentemente convivendo e despachando diariamente com um dos mais legítimos representantes da quadrilha desarticulada pela Operação Calvário”.
Diante desse libelo, o deputado apela para o que resta da consciência cívica do governador e invoca sua responsabilidade como homem público reconhecidamente sério para que não permaneça nas sombras, aparentemente acuado pela ousadia e desfaçatez de um coronel rocambolesco e reputado capanga de um “delinquente” que foi preso e que se encontra solto por força de decisões equivocadas da Justiça.
O Cabo Gilberto encerra dizendo que a Polícia Militar e a Sociedade não suportam nem admitem essa afronta moral aos seus foros de civilidade tendo um “capanga” – como bem disse o coronel Costa – comandando uma instituição de quase 200 anos, e que tantos serviços relevantes tem prestado aos paraibanos.
Já, para alguns internautas, que acompanham o desenrolar dessa passagem negra da corporação, os acontecimentos revelam a existência de dois comandantes, em níveis diferentes:Um Bunda Mole, Frouxo e Capanga; e o outro digno representante na ALPB.
Esse é o cenário atual da corporação, que o Governo insiste em não considerar por razões até então desconhecidas.