Câmara de Bayeux solidariza-se com fraude de documento público e, em 10 segundos, rejeita pedido de cassação de vereador denunciado pelo MP
A Câmara de Bayeux não faz apenas homenagem a um dos pilotos mais rápidos da Fórmula 1, através de um dos seus integrantes, o denunciado Rony Peterson, cuja folha corrida constam processos por fraude de documento público como já foi exaustivamente publicado aqui neste portal, mas também ao jamaicano Yosen Bolt, cujo desempenho nas pistas causou admiração ao mundo.
Aquele reduto, que devia ser de respeito à legalidade e a opinião pública do município, pelo visto, transformou-se numa cloaca, onde a velocidade ganhou destaque, e os parlamentares, que endossaram as imoralidades praticadas, esmerando-se para quebrar recordes, que fariam inveja aos velocistas mais rápidos do mundo, como Yosen Bolt.
Numa deliberação, que deve entrar para o Guines Book, cuja duração foi menos de 10 segundos, os vereadores de Bayeux, triste exemplo de cumplicidade política com a criminalidade, rejeitaram o pedido de abertura para cassação do mandato do vereador Rony Peterson.
Algo espantoso, não só pela velocidade com que a Câmara se associou ao crime praticado por Rony Peterson, mas também pela desfaçatez com que ignorou e afrontou a denúncia do Ministério Público, ao se recusar em pelo menos analisar a denúncia e o pedido de cassação sumariamente rejeitado em rápidos 10 segundos. Mais rápido e mais indecente impossível e imbatível na história republicana do país.
De forma célere e escandalosa, que deve chamar atenção da produção de programas como o Fantástico, pelo inusitado do recorde, provavelmente a mais breve deliberação da história republicana do país; a Câmara simplesmente jogou na cloaca a denúncia de um órgão como o Ministério Público, que vem se destacando pela fiscalização, implacável, aos desmandos de entes e agentes públicos.
Não foi apenas à vítima do vereador que a Câmara Municipal de Bayeux faltou com respeito: também faltou com respeito de forma afrontosa ao Ministério Público, que deve se debruçar sobre a extensão à solidariedade dos demais vereadores com o crime de extorsão e agiotagem do colega de legislatura, ele um reputado agiota provavelmente com atuação dentro da própria Casa, onde insinua em acintoso pronunciamento que já “socorreu” a muitos dos colegas.
O pedido de cassação do mandato de Rony Peterson ocorreu por quebra de decoro parlamentar onde uma pericia técnica confirmou ter ele adulterado documento público, o que serviu de base para um processo penal acatado pelo Ministério Público.
O pedido encaminhado pela vítima de suas armações criminosas a Câmara Municipal sequer seguiu o que determina a legislação pertinente e, num vapt-vupt foi rejeitado pelos companheiros de peripécias do vereador denunciado, numa demonstração de cumplicidade que recorda a Omertà dos mafiosos sicilianos.
Agora, não apenas o cidadão ludibriado foi desrespeitado e afrontado, mas também o Ministério Público, que tem sobejas razões para investigar toda extensão dessas relações nebulosas, e até tenebrosas, entre os integrantes da Casa Municipal do povo de Bayeux.
A rejeição para análise do pedido de cassação foi recebida com indignação por parte da vítima das ações solertes do vereador Rony Peterson, que já declarou: vai recorrer na Justiça para anular a decisão da Câmara Municipal alegando atropelo dos trâmites legais.