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João Azevêdo é diplomado, prega trégua política e harmonia entre Poderes

Hoje (19) à tarde o governador João Azevêdo e todos os demais candidatos eleitos neste ano foram diplomados pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) em solenidade no Teatro Pedra do Reino, no Centro de Convenções, em João Pessoa. A presidente do TRE-PB, desembargadora Fátima, comandou a solenidade. Em seu discurso, o governador reeleito pregou trégua política e um novo tempo de “paz e ativismo propositivo”.

“Teremos quatro anos para revisitar o passado recente e projetá-lo aos dias que nos aguardam. Por isso, pelas urgências impostas, não devo neste instante debulhar números, índices e feitos de gestão. Nem, tampouco, defeitos de antagonistas. Precisamos de uma trégua na contenda, de tempos de paz e ativismo propositivo. O cenário é outro e está a exigir novas posturas e comportamentos”, defendeu.

Ele também união e harmonia entre os Poderes: “Na condição de governador reconduzido ao cargo, responsável pelo comando executivo da Paraíba, conclamo as senhoras e senhores parlamentares, legítimos representantes das inúmeras regiões da Paraíba, a não deixarmos esmorecer a energia e os sonhos que nos impulsionaram até aqui. Juntemo-nos ao Poder Judiciário, Legislativo, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado e aos órgãos reguladores para que possamos, pelos próximos quatro anos, assegurar independência de ação e união de propósitos. A harmonia institucional – vimos isso acontecer – é essencial para o desenvolvimento do Estado. A ruptura – também vista, em outros níveis e épocas – corrói as estruturas e desmorona a sociedade”, discursou o governador reeleito.

Confira o discurso, na íntegra:

Bem-vindos ao futuro!
 
Chegar até este honroso momento não foi fácil para nenhum de nós. A jornada que nos trouxe até aqui abrangeria momentos árduos, instantes sacrificantes, circunstâncias adversas, mas também horas reveladoras. Superamos limitações pessoais e obstáculos alheios. Tivemos dúvidas. Acertamos rumos, erramos trilhas, corrigimos rotas. Seguimos, humanos.
 
Chegamos a esta hora solene pela longa e edificante estrada da democracia, onde cada qual seguiu seu roteiro e traçou o próprio atalho. Fomos eleitos, inexoravelmente, por decisão soberana da maioria do povo paraibano, tornando-nos seus legítimos e entrelaçados representantes. Esta é a liga que nos unta ao mesmo caminho.
 
As cerca de três mil pessoas presentes neste auditório, navegando por nuvens cibernéticas, conectam-se também neste instante à legitimidade emanada de mais de três milhões de outros homens e mulheres, avalistas dos nossos destinos, pelo voto livre, soberano e inviolável. A vitória é dessa gente. Somos apenas elos nesse processo de correntes temporais, onde passado e futuro se unem para delinear realidades transformadoras.
Celebremos a ocasião. Descerremos bandeiras e ergamos diálogos. Plantemos paz, em meio a cenários de turbulências.
 
 Estamos aqui cumprindo um rito legal, concluindo uma das etapas do processo eleitoral, referendando um ciclo iniciado com as convenções partidárias, estendido com as eleições e que será efetivado com as posses nos respectivos cargos, a partir de 2023.
 
Para que tudo isso ocorresse, porém, foi crucial o papel desempenhado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, sob o comando firme do desembargador Leandro dos Santos, mantendo o mesmo zelo demonstrado pela Justiça Eleitoral brasileira, sob o olhar vigilante de outro guardião da lei, o ministro Alexandre de Moraes. Seguiremos seguros, não tenho dúvidas, através da lucidez e sensibilidade da desembargadora Fátima Bezerra Maranhão.
 
Somos, senhoras e senhores, republicanos, legalistas, guardiões do Estado Democrático de Direito. Somos constitucionalistas. Este é o regramento. Foi isso que ressoou das vozes roucas das ruas, que teimariam em auscultar o futuro entre frestas de luzes e crateras de trevas. Entre mitos de barro e ritos cidadãos. Foi o olhar da população, cansada das infindáveis tormentas, que conseguiria enxergar a rota mais segura, usando apenas as estrelas como bússola e a alma como mapa.
 
E chegamos até aqui. Alvíssaras!
 
O futuro, senhoras e senhores, pertence ao povo paraibano. O amanhã de milhões de conterrâneos – nordestinos e brasileiros, por essência e extensão – está desenhado, com tinta invisível, nos diplomas que recebemos hoje, dignos de exposição permanente na parede da memória, servindo de farol e espelho.
 
E é em respeito a esse futuro, que se configura palpável, com a sólida chancela desta Corte, que me disponho a traçar com maior ímpeto os projetos que nos desafiarão pelos próximos quatros anos. Respeitar as conquistas e seguir em frente. Avançar, dia a dia, em busca de bem estar e conforto aos que adormeceram a própria história para suportar insônias presentes e enfrentar previsíveis pesadelos.
 
O amanhã do dia de ontem, senhoras e senhores, é hoje!
 
Somos sobreviventes de uma fase sombria do planeta. Choremos e reverenciemos nossos entes perdidos, mas busquemos, ao mesmo tempo, estruturar antídotos que assegurem não precisarmos mais passar por tudo aquilo de novo.  
 
Não devemos e nem podemos esquecer o passado que nos trouxe até este ponto. Ele é o guia, sim, mas carente de direção. É preciso pegar as rédeas soltas e sincronizar o trote. Segurar com mãos firmes o leme em desatino e seguir o plano de voo cunhado pela ciência e por todos os valores humanos que lhe lastreiam.
 
Sofremos muito, sabemos. Mas também é inegável que nos fortalecemos enquanto seres, enquanto sociedade. Driblamos as adversidades e saltamos sobre os assombros que nos atormentaram. Enrijecemos o corpo e expandimos a mente; blindamos a pele e polimos o espírito. Saímos mais humanizados e conscientes desse emaranhado de dor e resistência.
 
Meu compromisso – o nosso compromisso – é e será sempre com a vida.
 
Teremos quatro anos para revisitar o passado recente e projetá-lo aos dias que nos aguardam. Por isso, pelas urgências impostas, não devo neste instante debulhar números, índices e feitos de gestão. Nem, tampouco, defeitos de antagonistas. Precisamos de uma trégua na contenda, de tempos de paz e ativismo propositivo. O cenário é outro e está a exigir novas posturas e comportamentos.
 
Ao falar aos diplomados, representantes de um universo diversificado e múltiplo, devo fazê-lo em busca de pontos convergentes e aglutinadores, jogando ao limbo as discórdias, a tentação da soberba e a prática indigesta do personalismo político. O resultado das eleições já deu esse recado, na dosagem certa. Não há mais espaço para vencedores e vencidos. A Paraíba passa a ser um único ente, a partir de hoje, numa perene e produtiva harmonia entre Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Imprensa e Sociedade. Somos poderes integrados por princípios constitucionais, entrelaçados pela solidariedade das urgências.
 
Urgências e emergências. A fome não pode esperar, a sede não pode aguardar, o emprego tem que ressurgir. Para todos e todas, de forma plena, no sentido amplo. Esta é a pauta que nos coloca em patamar equivalente. Devemos entender que ciclos foram concluídos, etapas foram cumpridas e dogmas foram quebrados. A população, atordoada entre fatos e boatos, decidiu alinhavar novas formas de pensar e atuar politicamente. Na hora certa ela vê, avalia, vai e vota. Livremente, sem deixar-se contaminar por mesquinharias, torpezas e espertezas.
 
O sopro renovador dos conterrâneos, amigos e amigas, foi gestado no ventre da ética, nutrido pelo bem comum.
 
Infladas por abundantes práticas cidadãs, as massas acordaram do sono secular, usufruindo e cobrando mais de tudo que lhes fora devido por décadas de falácias e demagogia. Exigindo dignidade, principalmente.
 
Pautaram os gestores e foram atendidos pelo Estado ordenador, através de políticas públicas universais, impessoais e atemporais. Com genética republicana e roupagem constitucional. Aplicando menos discurso e mais atitude. Menos stories e mais história. Fazendo Política com “P” maiúsculo, como recomenda o Povo, com “P” monumental.
 
Isso só seria possível – é sempre adequado frisar – porque desde os primeiros dias de janeiro de 2019 o Governo do Estado trabalhou em prol da sustentabilidade, com vistas ao equilíbrio das contas públicas, passando a investir em programas que valorizassem vidas ao invés de votos.
 
 Foi assim, por exemplo, que surgiu o “Opera Paraíba”, zerando a vergonhosa fila de cirurgias, garantindo vida onde abundava dor. Uma aliança inusitada entre vontade política e governança humanizada. Necessidade, possibilidade e meios – simples assim.
 
Como nosso país voltou ao triste mapa da fome, tivemos também que aumentar o número de restaurantes populares e criar o programa “Tá na Mesa”, implantados para combater vulnerabilidades sociais e impulsionar a micro economia rural e urbana, sufocada e sem alternativas em meio à pandemia e a crise econômica. O indistinto atendimento, sem acordos ou ardis, restabeleceria na população a confiança na esquecida isonomia governamental.
 
Foi assim com creches, com escolas técnicas e em tempo integral, com hospitais, com policiamento ostensivo e qualificado, com habitação, com pontes, com estradas, com travessias urbanas, com geração de emprego, com turismo, arte, artesanato e cultura. Com carinho e respeito. Em todo lugar, a todo tempo, sempre que necessário.
 
O Estado deve estar aonde a população bradar ou acenar. A partidarização de flagelos – cremos nisso – está definitivamente banida da Paraíba.
 
Novos ventos geram novas ondas. Quem diria, por exemplo, até bem pouco tempo, que os municípios do interior do Estado seriam capaz de decidir uma eleição majoritária na Paraíba? A hegemonia dos grandes centros parecia inexpugnável, até a disseminação de gestos concretos e pactuações sociais sem notas promissórias eleitorais. Atendidos nas demandas básicas, com o reforço diretivo do Orçamento Democrático, os eleitores das pequenas e médias cidades paraibanas decidiram assumir o protagonismo dos próprios destinos, embarcando na nave da maioria e estabelecendo uma rota alternativa até o porto mais seguro.
 
Definitivamente, tendo como base o espectro federativo, somos um Estado com 223 municípios, plenos em seus direitos, diferentes em suas necessidades. A distribuição das riquezas geradas pelo Estado tem que chegar até essa população sem interrupções, melhorando a qualidade de vida e evitando a migração socialmente desagregadora. É essa distribuição proporcional, equilibrada, que garante o desenvolvimento coletivo.
 
Na condição de governador reconduzido ao cargo, responsável pelo comando executivo da Paraíba, conclamo as senhoras e senhores parlamentares, legítimos representantes das inúmeras regiões da Paraíba, a não deixarmos esmorecer a energia e os sonhos que nos impulsionaram até aqui. Juntemo-nos ao Poder Judiciário, Legislativo, ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas do Estado e aos órgãos reguladores para que possamos, pelos próximos quatro anos, assegurar independência de ação e união de propósitos. A harmonia institucional – vimos isso acontecer – é essencial para o desenvolvimento do Estado. A ruptura – também vista, em outros níveis e épocas – corrói as estruturas e desmorona a sociedade.
 
Convoquemos todos os partidos, aliados ou não. A democracia passa por eles. Ouçamos os trabalhadores, o empresariado, estudantes, professores, a comunidade religiosa, a sociedade civil.
 
Celebremos um pacto de governança, tendo a população como único e exclusivo sentido em nossas tarefas.
 
 Quem teve a oportunidade de acessar nosso plano de governo, registrado na Justiça Eleitoral e propagado durante a campanha, pode verificar a apresentação de três eixos programáticos, destacando ações que estabeleçam um novo ciclo de políticas públicas na Paraíba, valorizando o contexto sócio econômico, com práticas interligadas de governança, sustentabilidade e inovação.
 
Precisamos atuar com inteligência emocional para contornar os impactos da pandemia e da crise, e seus reflexos em todos os setores, principalmente na saúde, na educação, no emprego e na produção, no campo e na cidade.
 
Esse documento, senhoras e senhores, será nosso manual administrativo, nosso mantra cotidiano, nosso cronograma gerencial. Está tudo lá, em linhas gerais. Esmiuçemos ao longo dos nossos mandatos. É recomendável, portanto, que aliados, opositores e a sociedade organizada se familiarizem com as temáticas, abastecidos com elementos concretos para interagirem, fiscalizarem e cobrarem na medida certa. Afinal, esta foi a proposta escolhida pela maioria, nos cabendo respeitar e implementar.
 
Esses mesmos princípios, asseguro às senhoras e senhores, estarei partilhando com os governadores nordestinos, na condição de presidente do Consórcio Nordeste, escolhido a poucos dias, em lisonjeira deferência dos colegas eleitos e reeleitos da região, em reconhecimento ao desempenho da Paraíba no equilíbrio fiscal e no equilíbrio administrativo. A integração regional, numa pactuação entre os vários “brasis”, será a maneira mais rápida para sairmos juntos da crise e retomarmos a marcha do desenvolvimento, com democracia plena e justiça social.
 
 Se pudemos fazer muito por nosso estado por quatro anos de tratamento injusto com o Nordeste e com o povo paraibano advindos de Brasília, imaginem agora, com Luiz Inácio Lula da Silva, quando teremos um presidente amigo, parceiro e que conhece a dor e a dificuldade que nós, nordestinos,  enfrentamos, mas que não nos curvarmos nunca. É como diria o poeta Walter Franco:
 
“Tudo é uma questão de manter A mente quieta A espinha ereta E o coração tranquilo”.
 
E é com esse pulsante coração, absolutamente tranquilo, o que tenho a dizer à Paraíba neste momento de regozijo, no cumprimento solene desse rito processual, em atendimento à orientação democrática das constituições federal e estadual.
 
Continuamos um povo livre, avesso às aventuras autoritárias e demagógicas.
 
Por fim, quero agradecer ao povo paraibano, pela honraria da escolha; agradecer ao meu partido, o PSB, nas pessoas dos presidentes nacional e estadual, Carlos Siqueira e Gervásio Maia, pela confiança e empenho nessa luta que não cessa; agradecer aos companheiros e companheiras de gestão, na pessoa da vice-governadora Lígia Feliciano, que me ajudaram, com empenho e arrojo, a manter o Estado equilibrado e em permanente crescimento.
 
 Agradecer a todos os partidos integrantes da coligação “Juntos pela Paraíba”, que, juntamente a uma militância alegre e aguerrida, no primeiro e segundo turnos, acreditaram em nosso projeto e nos ajudarão a governar; agradecer ao novo vice-governador diplomado Lucas Ribeiro, cujas energia, juventude e competência darão impulso e proatividade à gestão.
 
Agradecer às lideranças comunitárias, aos vereadores e prefeitos, que emprestaram à campanha o papel moderador entre candidatos e eleitores; agradecer aos candidatos e candidatas, vitoriosos ou não, que contribuíram com o fortalecimento do processo democrático; agradecer à colaboração e vigilância dos parlamentares, estaduais e federais, em nome da deputada Pollyanna Dutra, que soube enfrentar a batalha com a fibra característica do bravo povo sertanejo.
 
À minha família, um agradecimento especial. À minha esposa, Ana Maria, aos filhos, netos, irmãos, parentes e amigos mais próximos, gratidão redobrada pela compreensão, empenho e cumplicidade na árdua e edificante jornada até aqui. Minha retribuição será sempre na forma de afeto, cuidado e muito trabalho.
 
A Deus, além de agradecer pelas bênçãos recebidas, reafirmo os meus compromissos cristãos, solidário e humano, posturas que sempre nortearam meus passos na vida pública e privada.
 
Para finalizar, senhoras e senhores, devo reiterar a expectativa em conduzir à Paraíba no rumo apontado por 1.221.904 paraibanos e paraibanas, representando mais de 4 milhões de conterrâneos, passando a configurar um só povo, um só governo, um só Estado, cuja maior obra será levar melhorias na qualidade de vida das pessoas.
 
Conto com vocês para alcançar esses objetivos. Estamos juntos de novo, em contagem regressiva para o êxito coletivo.
 
Obrigado!
 
JOÃO AZEVÊDO LINS FILHO

Governador

 

 

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