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Casa Mãe Bebê, do Instituto Cândida Vargas, acolheu mais de 130 mulheres em 2021

Mais de 130 mulheres de todo o Estado da Paraíba receberam acolhimento de forma humanizada na “Casa Mãe Bebê” durante o ano de 2021. A unidade acolhe mulheres que acompanham seus recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal ou na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal (UCIN) no Instituto Cândida das Vargas (ICV), da Secretária Municipal de Saúde (SMS), em João Pessoa.

“Após o parto, algumas mães precisam continuar acompanhando seus filhos na maternidade. A mãe recebe alta, mas o bebê não, por isso a importância de mantermos uma unidade de acolhimento temporário para mães de bebês prematuros ou com alguma patologia. Elas são acomodadas na casa, recebem assistência e acompanham e colaboram no tratamento e recuperação dos bebês no ICV”, explica a coordenadora da unidade, Maria Claudia Milanez.

Para ser acolhida na Casa Mãe Bebê, a mulher precisa ter sido assistida durante a gestação no Instituto Cândida Vargas. A casa dispõe de 17 leitos, distribuídos em cinco dormitórios, climatizados e com banheiros exclusivos, contando ainda com sala de convivência e outros ambientes próprios de uma casa. As mães contam, ainda, com alimentação, acompanhamento de médico, enfermeira, técnico em enfermagem, psicólogo, psiquiatra e assistência social.

Segundo ela, o fluxo de mulheres assistidas na casa é dinâmico. Podem ficar alojadas por uma semana ou meses. Recentemente tivemos uma mãe de gêmeos que ficou na casa por mais de um ano. “Em geral, as mulheres vêm de outros municípios, são carentes, muitas vezes com transtornos psicológicos; usuárias de drogas ou que não tiveram acompanhamento pré-natal durante a gestação – fatores que contribuem para complicações na gravidez e no parto. O nosso desafio é acolher essas mães com cuidado nesse momento delicado de suas vidas, oportunizando um espaço de convivência agradável enquanto acompanham a recuperação de seus bebês”, detalhou Maria Claudia Milanez.

Pandemia – De acordo com a coordenadora, os protocolos continuam sendo seguidos com cuidado por se tratar de pessoas e profissionais que transitam na maternidade. Houve apenas uma flexibilidade para receber os pais que, geralmente, vem de outros municípios para visitar a esposa e o bebê.

Faz parte da rotina das mães irem ao Banco de Leite, na Sala de Ordenha, para retirar o leite materno até cinco vezes por dia. É o caso de Fabiana Santos, de 31 anos, do município de Umbuzeiro, que está na casa há dois meses. No mês de outubro, João Neto veio ao mundo precocemente no quinto mês de gestação, com apenas 854 gramas. “Ele está na UTI, se fortalecendo. Já ganhou mais de um quilo. Os médicos disseram que ele está evoluindo bem. É um guerreiro. Graças a Deus está se recuperando e o abrigo me possibilita acompanhar de perto o crescimento e a recuperação dele. O local e a equipe são muito bons. Agradeço todos os dias”.

Foi na “Sala de Ordenha” que a agricultora de Alhandra, Jaqueline Felix, de 21 anos, ouviu falar pela primeira vez da Casa Mãe Bebê, através de Fabiana. Sua bebê, Yasmim Vitória, nasceu aos oito meses de gestação, pesando apenas 1,130 quilos. A menina esta na UTI se recuperando de uma infecção com uso de antibiótico e passa bem.

“Ela tá se alimentando através da sonda, por isso vou várias vezes por dia tirar o leite para ela se alimentar. Os médicos não deram previsão para a alta, mas eu estou tranquila. Tenho mais dois filhos que estão com a minha mãe, de cinco e dois anos. Eles são muito importantes pra mim, mas, nesse momento, a nenê esta precisando mais de mim”.

Dados – O Instituto Cândida Vargas (ICV) é referência na Paraíba em gestação de alto risco e aproximadamente 50% dos partos, em geral, são de mulheres que não residem na cidade de João Pessoa. Em 2021, por exemplo, os dados de janeiro a outubro apontam que foram realizados 3.568 partos, desses 44,4%, ou 1.583 de mulheres residem em João Pessoa. As demais são oriundas de outros municípios, principalmente de Sapé, Conde, Santa Rita e Bayeux, entre outras.

Segundo Alyne Soares, coordenadora multiprofissional do ICV, cerca de 20% das mães necessitam passar tempo integral no hospital, acompanhando e auxiliando na recuperação dos bebês. A Casa Mãe Bebê atende essa necessidade e garante o direito da mulher e da criança à saúde.

“O ICV tem um trabalho voltado para essas mães, que vêm pra João Pessoa para terem seus filhos, que em alguns casos, precisam ficar internados. E é aí que entra a atenção e os cuidados do ICV, com assistência na alimentação, local para dormir, atenção de uma equipe multiprofissional, para que elas possam sentir como se estivessem nas suas casas. Essa é a missão da maternidade de garantir esse olhar e esse cuidado por essas mães”, destacou Alyne Soares.

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