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Censo 2022: Na PB, mulheres passam a ser maioria entre os responsáveis por famílias, e unidades com casais homossexuais crescem 600%

Em 2022, na Paraíba, entre as cerca de 1,37 milhão de pessoas que foram identificadas como responsáveis por suas respectivas unidades domésticas, o percentual de mulheres (51,7%) era superior ao dos homens (48,3%), enquanto em 2010 o percentual de mulheres (38,8%) era bem inferior ao dos homens (61,2%). As informações são da publicação Censo Demográfico 2022: Composição domiciliar e óbitos informados, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (25). O indicador feminino estadual referente a 2022 ficou acima da média nacional (49,1%) e um pouco abaixo da regional (52%), além de ter sido o 8º maior do país.

Por unidade doméstica, entende-se o conjunto de pessoas que vivem em um domicílio particular, cuja constituição se baseia em arranjos feitos pela pessoa, individualmente ou em grupos, para garantir para ela mesma alimentação e outros bens essenciais para sua existência. Em 2022, havia pouco mais de 1,37 milhão de unidades domésticas no estado, cerca de 290 mil a mais do que em 2010 (1,08 milhão).
Destaque-se também que, em 2022, a grande maioria dos responsáveis pelas unidades domésticas paraibanas (67,1%), o que corresponde a quase 921,9 mil pessoas, tinha idade acima de 40 anos. Em 2010, o percentual de pessoas responsáveis dessa faixa etária era menor (63,2%). Por sua vez, entre 2010 e 2022, houve redução dos percentuais de responsáveis das faixas etárias mais jovens.

Quanto ao critério de cor ou raça, a maioria dos responsáveis se declarou como de cor parda (55,6%), seguida pelos de cor branca (33,8%), preta (9,9%), indígena (0,6%) e amarela (0,2%). Em 2010, esses percentuais eram de 52,1% (pardos), 38,7% (brancos), 7,3% (pretos), 1,4% (amarelos) e 0,5% (indígenas). Esses números mostram uma redução, entre os dois censos, dos percentuais dos responsáveis que se declararam brancos e amarelos, enquanto apontam para um aumento dos percentuais correspondentes aos pardos, pretos e indígenas.
Número de pessoas morando sozinhas cresce mais que o dobro em 12 anos, na Paraíba
Entre 2010 e 2022, na Paraíba, o contingente de pessoas morando sozinhas, em unidades domésticas classificadas como unipessoais (com apenas um morador), passou de pouco mais de 109 mil para quase 228 mil, respectivamente, apresentando um crescimento de 108,6%. Isso contribuiu para que sua participação no total das unidades domésticas aumentasse 6,5 pontos percentuais (passou de 10,1%, para 16,6%, respectivamente). Do total de 227.992 moradores em unidades domésticas unipessoais, a maioria, totalizando 95.576 pessoas (41,9%), tinha 60 anos ou mais de idade. Desses, 57.615 eram mulheres (60,3%) e 37.961 eram homens (39,7%).
Considerando todas as espécies de unidades domésticas, a “nuclear”, formada por apenas um casal, um casal com filho(s) ou uma pessoa com filho(s), apresentou uma leve queda em sua participação no total das unidades domésticas, passando de 66,3%, em 2010, para 65%, em 2022, mas ainda é a espécie predominante na Paraíba. Em seguida, aparece a espécie “estendida” (onde há a presença de algum outro parente), cujo percentual também caiu, de 21,2% para 17%, entre 2010 e 2022, respectivamente. Quanto à proporção da espécie “composta”, caracterizada pela presença de algum não parente, apresentou queda de 2,4% para 1,4%.
A análise das unidades domésticas por número de moradores revela que, em 2022, a grande maioria era composta por até 3 moradores (69,8%), as unidades com 2 moradores apresentando a maior frequência (27,4%). Na comparação com 2010, a pesquisa mostra que as unidades com 1, 2 e 3 moradores, que já eram majoritárias (55,2%) em 2010, ganharam participação no período de 12 anos. Por sua vez, as unidades maiores, com 4, 5 e 6 moradores, perderam participação, as duas últimas apresentando quedas mais acentuadas.
Total de domicílios paraibanos com presença de relações homoafetivas cresce mais de 600%
A análise da distribuição das unidades domésticas da Paraíba por presença de cônjuge da pessoa responsável pelo domicílio mostra que, entre 2010 e 2022, houve um crescimento expressivo (636,6%) do número de unidades com relações homoafetivas, formadas por pessoa responsável e cônjuge ou companheiro do mesmo sexo. Em termos absolutos, esse número passou de 885 unidades domésticas, em 2010, para 6.519 unidades, em 2022. Em termos relativos, essas unidades ainda têm uma participação pequena (0,5%) no total de unidades domésticas do estado. Mas a comparação com 2010, quando o percentual era de apenas 0,1%, revela um crescimento importante.
Outro conjunto de unidades domésticas que cresceu fortemente (7,7 pontos percentuais) no estado, no período de 12 anos, foi o daquelas que se caracterizam pela ausência de cônjuge. Em 2010, elas representavam 32,7% do total de unidades domésticas da Paraíba e, em 2022, passaram a representar 40,4%. Em termos absolutos, a quantidade dessas unidades passou de 354,2 mil, em 2010, para 555,5 mil, em 2022, o que representa um aumento de 56,8%.
Simultaneamente, houve decréscimo de 8,1 pontos percentuais na proporção de unidades domésticas com responsável e cônjuge de sexo diferente, que caiu de 67,2% para 59,1%, entre 2010 e 2022. Apesar dessa perda de participação, as unidades domésticas com esse tipo de constituição ainda são maioria e, em termos absolutos, apresentaram crescimento razoável (11,5%) em seu número, que passou de 727,7 mil para 811,4 mil, no mesmo período.
Proporção de domicílios com presença de cônjuge e filho(s) cai, aumentando a participação dos casais sem filhos
Outro resultado importante da pesquisa relacionado à constituição das unidades domésticas, diz respeito à presença de filhos da pessoa responsável e/ou de seu cônjuge. Por esse critério, a análise da distribuição das unidades domésticas paraibanas mostrou uma queda expressiva (11,5 pontos percentuais) da proporção de unidades formadas pelo responsável e cônjuge com filho(s) de ambos, que caiu de 45,1% (487,8 mil unidades) para 33,6% (461,7 mil unidades). Em termos relativos, a variação no número de unidades com essa característica foi de -5,4%.
Em menor escala (-0,5 p.p.), também houve redução da participação das unidades compostas por responsável e cônjuge com pelo menos um filho somente do responsável ou do cônjuge, de 7,1% para 6,6%, apesar do aumento (17,6%) observado no número absoluto de unidades desse tipo, que passou de 77 mil para 90,6 mil unidades, respectivamente.
Em contrapartida, no mesmo período, houve aumento da participação das unidades compostas por responsável e cônjuge sem filhos, que em 2010 era de 15,1% (163,7 mil unidades) e passou para 19,3% (265,6 unidades), em 2022. Em termos relativos, esse crescimento foi de 62,2%.
Já as unidades domésticas com responsável sem cônjuge e com filho(s) apresentaram crescimento de 30,4%, passando de 184,6 mil para 240,8 mil unidades, entre 2010 e 2022, embora sua participação no total de unidades domésticas paraibanas tenha se mantido relativamente estável, em torno de   17% %.
 
Número de óbitos é maior entre homens entre 20 e 39 anos
De agosto de 2021 a julho de 2022, 12 meses antes da data de referência do Censo Demográfico 2022, foram registrados 28.123 óbitos na Paraíba, dos quais 15.079 óbitos (53,6%) referem-se a pessoas do sexo masculino e 13.044 (46,4%) do sexo feminino.
Considerando os óbitos de todas as faixas etárias, observa-se em geral uma sobremortalidade masculina, calculada pela razão de sexo dos óbitos (óbitos de homens dividido pelos de mulheres). Na Paraíba, a razão de sexo dos óbitos do período considerado foi de 115,6, indicando mais de 115 óbitos masculinos para cada 100 óbitos femininos, ou seja, uma sobremortalidade masculina de aproximadamente 1,16. O indicador estadual ficou abaixo tanto da média nacional (119,6) como da regional (121,3) e foi o 6º menor do país.
Já para a faixa etária dos 20 aos 39 anos de idade, grupo mais sujeito a mortes por causas externas ou violentas, que atingem com maior intensidade a população masculina, a razão de sexo dos óbitos, na Paraíba, foi de 301,4 óbitos masculinos para cada 100 óbitos femininos, ficando bem acima do indicador nacional, que foi de 264,2, e ocupando a 10ª posição entre as unidades da federação com os maiores valores desse indicador.

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