Com mais de 1 trilhão de visualizações, humor domina as telas do TikTok
Os formatos das peças produzidas pelos criadores vão de dublagens, “POV” (abreviação para “ponto de vista”, em inglês), a recriações de situações cotidianas e de cenas de filmes.
É o caso de Diego Cruz, 29, conhecido por reproduzir cenas clichês envolvendo personagens comumente chamados Tracy e Josh. Com alusão a filmes adolescentes e de comédia romântica produzidos em Hollywood, ele conquistou 1 milhão de seguidores em três meses. “Sou muito nostálgico, cresci com os filmes da Sessão da Tarde nos anos 2000, e sempre falei com meus amigos sobre essas cenas clichês. Quando fiz a primeira publicação com esse apelo, deu certo. Identifiquei a minha marca”, diz ao blog #Hashtag.
De maneira similar, o então estudante do Ensino Médio, João Vitor Mello, aproveitou o tempo de quarentena para se dedicar à comédia. Para ele, o humor faz sucesso porque pode gerar identificação. Atualmente, o criador reúne 1,9 milhão de seguidores no TikTok.
João Vitor diz que até hoje, aos 21 anos, a relevância do humor que produz também está no processo de fazê-lo. “O humor está aí para tornar as coisas mais leves em qualquer momento”, diz. Mas para ele, o humor tem limite: a integridade das pessoas.
Apesar de recentes discussões envolvendo os limites do humor nas redes sociais, hashtags como “HumorTemLimite” ou “HumorSemLimite” somam menos de 35 mil visualizações cada. Em maio deste ano, o comediante Fábio Porchat encabeçou uma série de defesas ao comediante Léo Lins, que apagou um de seus materiais publicados no Youtube a pedido do Ministério Público. O assunto gerou polêmica e debate sobre liberdade de expressão versus discursos criminosos.
“O que mais funciona na internet é o humor. Algumas pessoas, como eu, fazem comédia como profissão, mas outras são apenas espontaneamente engraçadas. Eu me sinto em paz nesse lugar: sou um comediante que hoje está na internet, e o meu maior desafio é achar humor onde as pessoas normalmente não o veem”, diz.
Criador do formato chamado “Hoje eu fui”, composto por dezenas de fotos que aparecem por um segundo, e estruturam uma narrativa divertida sobre a visita a algum lugar, por exemplo uma ida ao museu. Atualmente com 2,7 milhões de seguidores na plataforma, Lucas diz que fazer comédia é uma possibilidade de conectar pessoas.