Com o aumento na gasolina e no diesel, especialista alerta como identificar postos com ofertas suspeitas
Na última semana, a Petrobras anunciou o reajuste nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras, sendo o adicional de R$ 0,41 na gasolina e de R$ 0,78 no diesel. O aumento já está em vigor e poderá afetar o bolso dos motoristas, nos próximos dias.
Com a alteração, os postos passam a pagar para a Petrobras R$ 2,93 por litro de gasolina e R$ 3,80 pelo diesel. Até chegar ao consumidor final, o preço ainda é ajustado com tributações federais e estaduais, custo de aquisição e mistura de biocombustíveis obrigatórios pelas distribuidoras, além de custos dos revendedores.
A alta dos preços prejudica o consumidor, mas também pode danificar a mecânica do carro, caso o motorista opte por alternativas mais baratas. A gasolina pode ser adulterada de várias formas, sendo a mais comum a adição de álcool fora da quantidade especificada.
O consumidor que abastece seu veículo com o combustível adulterado está sujeito a diversos problemas que vão desde o rendimento do motor até a fundição, como aponta o engenheiro e professor do curso de Engenharia da Faculdade Pitágoras, Raonny Silva. “É importante estar atento às dicas na hora de abastecer, mas se o automóvel já apresenta sinais de mal funcionamento, é preciso levar a um mecânico de confiança antes de abastecer o carro em um posto confiável. Se há desconfiança de falha causada pelo combustível, uma amostra pode ser solicitada no posto em que o atendimento foi feito. O combustível que não foi queimado vai entrar em contato com o óleo lubrificante e ao longo do tempo vai danificar o motor, podendo levar, em casos mais severos, até à fundição”.
O que parece barato, pode sair caro. Além do funcionamento do motor, o sistema de injeção eletrônica pode ser corroído pelos solventes e peças podem ficar ressecadas. Se o automóvel apresentar falhas ao longo do tempo, dificuldades para ligar ou ficar “engasgando”, podem ser sinais de que o combustível utilizado estava adulterado. Os bicos injetores e velas de ignição também são bastante prejudicados, uma vez que estão em contato direto com o combustível. O motor fica mais fraco, não atingindo o potencial total do carro e, desta forma, quanto mais o motorista acelera, mais combustível gasta.
Ainda que o veículo não apresente problemas é importante avaliar a necessidade de manutenção, de acordo com as recomendações dadas pelo fabricante, no manual do automóvel.
A ANP (Agência Nacional do Petróleo) é quem fiscaliza os postos de combustível no território nacional. Durante a ação, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, adequação dos equipamentos e instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, documentações de outorga da empresa e relativas às movimentações dos combustíveis. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões.
Ao identificar irregularidades, o motorista pode realizar a denúncias por meio do site da ANP ou pelo telefone 0800-970-0267 (ligação gratuita).