Comando da PM troca o batom e o carmim para disfarçar o desastre na Segurança; escalada da violência aconselha rejuvenescer o setor
O Diário Oficial amanheceu hoje com um festival de mudanças nos comandos de unidades militares, em todo estado. Mais um retoque na maquiagem de uma polícia velha e cansada, cujas rugas, o excesso de pó e batom já não consegue mais esconder.
Nada além de velhas manobras para dar a impressão de prestigio, e uma desesperada tentativa de conter o descalabro que a falta de efetivo tem provocado na Segurança Pública – um setor entregue, por quase 10 anos, a mãos desastradas, cujo empenho teve por objetivo apenas agradar e bajular o Poderoso Chefão.
O Poderoso Chefão, aquele gangster acusado pelos delatores de ser o comandante supremo da quadrilha desbaratada e ao qual o comando serviu com lealdade e dedicação; desmascarado agora pelas investigações e que a opinião pública já sabe quem é e o que fazia quando detinha o poder no Estado.
A receita a mesma – o velho rodízio de sempre cujos efeitos serviram para entreter governantes afeitos à pirotecnia que caracteriza esse comando de embustes e escaramuças, voltadas para desestabilizar incautos secretários e que parece ter retornado com vigor diante do quadro desfavorável as suas pretensões de perpetuidade.
Um retoque, que pretende esconder a incompetência identificada por velhos companheiros de caserna sabedores da longa e permissiva carreira fora dos quartéis, para onde voltou por força dos conchavos políticos, aos quais se prestou com verdadeira veneração.
Desamparado pela falta dos esteios que firmavam a organização criminosa, navegando em águas desconhecidas, onde não proliferam algas daninhas, essa criatura dos pântanos não consegue respirar e nos seus estertores se agarra às velhas fórmulas de mudar a lona do circo para dar continuidade a exaurido espetáculo mambembe.
A maquiagem atingiu o interior, onde as reações de descontentamento podem ser aplacadas com aqueles favores pouco republicanos, e oito comandos foram retocados entre eles, Patos, Catolé, Itabaiana, Esperança e outras unidades Especializadas.
Em nada será alterado o panorama da violência e as unidades continuarão sendo trancadas a cadeado para proteger os indefesos policiais como foi denunciado pelo sargento Sóstenes; e as execuções e os acertos de conta aterrorizando e escandalizando uma sociedade já assoberbada pelo terror da pandemia.
Tudo com cheiro de embromação para iludir incautos como João Azevedo afundado em problemas como o coronavírus – e suas consequências – por isso sem perceber que sua gestão caminha para o caos em termos de segurança pública por não se livrar da herança em nada confiável da organização cujo chefe já foi tornozelado pela Justiça.
Muda, João!