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Curso preparatório da Funad capacita estudantes para participação no Enem

O ano de 2025 começou em ritmo de alegria e conquista de direitos para o estudante Miguel Arcanjo. Ele tem 20 anos e é pessoa com deficiência. Hoje, enxerga o mundo com as pontas dos dedos. Perdeu quase que totalmente a visão e usa os recursos que aprendeu no Centro de Apoio Pedagógico e Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual (CAP), da Fundação Centro Integrado de Apoio às Pessoas com Deficiência (Funad).

Ele foi aprovado no curso de  Letras da UFPB e atribui a vitória ao curso preparatório para o Enem, criado pela Instituição, no ano passado,  para dar suporte e preparação às pessoas com deficiência visual que querem ingressar na universidade. Miguel quer agora passar no curso de Música e se matriculou novamente.

“Ano passado eu não pude usar os recursos para fazer as provas, como o ledor de Braille, por exemplo. Na Funad, além das aulas, aprendemos sobre direitos e este ano, além dos conhecimentos pedagógicos, estava certo dos meus direitos, e assim, pude exercê-los. Fiz as provas com muito mais autonomia e confiança”, lembrou Miguel.

O curso começou no ano passado e hoje possui sete alunos. O projeto é do arte reabilitador e professor de deficiente visual, Getúlio Martins Júnior. Segundo o professor, o curso promove a inclusão e garantia dos direitos, corrige distorções, esclarece o funcionamento do exame e dá o suporte necessário para que o aluno se sinta apto a concorrer com igualdade de condições, apesar da deficiência, com apoio sobre normas e realização das provas.

“Nós utilizamos todas as ferramentas para que o aluno possa concorrer e alcançar êxito. Um dos pontos primordiais, é o uso da tecnologia, com a inteligência artificial, que vai possibilitar que eles criem uma rotina de estudos, aprendam a acessar aplicativos oficiais e utilizem plataformas importantes no processo de aprendizagem e inscrição e também, identifiquem fragilidades e  assim tenham maior autonomia”.

A experiência de Miguel Arcanjo inspirou a tia dele, Marta  Henrique, que também é deficiente visual. Ela se matriculou este ano e se mostra animada com o futuro. “Quero cursar Psicologia e sei que esse curso vai ser minha chance de realizar meu sonho. Sem ele, eu não conseguiria”.

As atividades envolvem simulados, práticas de  produção textual, aulas adaptadas, correções de questões, suporte tecnológico e emocional, dicas e estratégias de realização, direitos da pessoa com deficiência visual e muitos outros recursos. As aulas acontecem  na segunda-feira, alternando entre aulas presenciais e on-line, a cada quinze dias.

Para a presidente da Funad, Simone Jordão, a criação do curso revela o zelo do Governo da Paraíba com este público. “As pessoas com deficiência visual terão, agora, além do suporte integral no processo de reabilitação, mais um apoio no que diz respeito à educação e  inserção no mundo acadêmico. Aqui elas vão ser orientadas e  conduzidas  para a Universidade, com plena  consciência dos direitos e  preparadas para uma vida com muito mais autonomia  e realização pessoal e profissional”.

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