Curto-circuito em Rondônia: Deputados acatam denúncias contra Energisa e instalam CPI para apurar crimes contra o consumidor
Um filme que já passou aqui está em exibição nas telas de Rondônia, cujo título deve trazer recordações desconfortáveis para certos setores da sociedade paraibana: O Fio Preto da Energisa.
Um enredo tenebroso cujo desfecho ficou em suspense, e apenas o Ministério Público, que devia ser o mocinho da fita, saiu ganhando depois de firmar um acordo onde foi contemplado com quase 1 milhão de reais, para em seguida arquivar um processo rumoroso, onde teve de tudo, inclusive ameaças de morte ao denunciante, um ex-funcionário que desvendou um suposto golpe da empresa no consumidor paraibano.
Depois de fazer sucesso e ganhar audiência espetacular, ocupando espaços nas tribunas da Câmara da capital e da Assembleia, as denúncias de Sidney Sandrini enveredaram pelos labirintos da Justiça e um véu negro caiu sobre elas, deixando a assistência com aquele gostinho de quero mais, sem ser atendida, e o TAC concebido pelo Ministério Público jamais teve seu conteúdo revelado e ninguém foi criminalmente indiciado mesmo a empresa reconhecendo que havia cometido irregularidades, já que assinou o documento cuidadosamente preparado para não deslizar para a responsabilidade penal.
O que aqui mergulhou em silêncio tumular e o assunto sepultado de forma definitiva sob um manto de suspeitas, que envolvem setores do judiciário, do Ministério Público e da Política, já que vereadores e deputados, simplesmente abandonaram o caso; em Rondônia virou CPI, e os parlamentares daquele estado estão investigando o mesmo crime das ligações ilegais, patrocinadas pela Energisa para explorar o consumidor.
O assunto de tão polêmico já chegou ao Senado diante do volume de provas e de evidências de que o Fio Preto é uma pratica recorrente da empresa de distribuição de energia elétrica, por onde ela presta seus onerosos e nebulosos serviços.
Aqui como lá duas personagens pontificam no cenário de escândalos produzidos pela Energisa, o ex-funcionário Sidney Sandrini e o ex-presidente da Empresa, André Theobald, que teria inaugurado a moda do fio preto para sobrecarregar as contas de luz dos paraibanos.
Enquanto aqui o assunto foi definitivamente esquecido deputados de Rondônia têm a convicção que a Enerisa realmente comete crime contra o consumidor e tem como orientação aos seus funcionários quebrarem o lacre dos medidores para multa-los e aumentar o faturamento.
São muitos os episódios denunciados e que chegaram aos deputados pelos consumidores lesados, revelando inclusive a participação da Polícia Civil daquele estado convocada pela empresa para supostamente intimidar e constranger os consumidores atingidos pela prática do fio preto.
Algo que se repetiu à exaustão por aqui com a incursão de servidores da Energisa pelo estado, escoltados pela Polícia Civil adentrando as residências possivelmente forjando flagrantes, como deduziram os deputados de Rondônia, ao descobrirem um termo de parceria entre a empresa e a Polícia daquele estado, investigação que não ocorreu na Paraíba, com as denúncias sendo varridas para debaixo do tapete que o TAC produzido pelo MP estendeu sobre o caso.
O que foi encarado como incerto e duvidoso na Paraíba, apesar do reconhecimento da empresa de que havia cometido irregularidades, comprovado com a assinatura do TAC, nada mais ocorreu e Sidney Sandrini perdeu o emprego, foi processado e teve sua vida posta em perigo, ao contrário do que está ocorrendo em Rondônia para onde está se deslocando para depor na CPI do Fio Preto de lá como testemunha imprescindível para desmascarar os crimes cometidos pela Energisa contra o consumidor.
Sandrini ganhou as páginas do noticiário local e vem sendo tratado como defensor dos interesses do consumidor na terra que homenageia o Marechal Rondon e promete fazer revelações bombásticas, muito mais devastadoras do que o Fio Preto, que podem revelar a fundo os métodos criminosos da empresa mineira vista por ele como uma Odebrecht do setor eletricitário cuja capacidade de corromper nada ficar a dever a construtora, uma das estrelas do que foi relevado pelas investigações da Lava-Jato no submundo da corrupção.
Sidney Sandrini também pode ser convocado para depor no Acre onde outra onda de denúncias contra a Energisa varre aquele estado mostrando que o Fio Preto é o Modus Operandi da Energisa por onde ela passa.
O mesmo procedimento também pode estar sendo utilizado em Mato Grosso. E aja choque no bolso da população.
O Jampanews está acompanhando de perto a movimentação da CPI de Rondônia para entender porque acusações, do mesmo teor e gravidade, não tiveram desdobramentos, e a empresa não respondeu a nenhuma ação penal.
O depoimento de Sidney Sandrini na CPI de Rondônia será publicado aqui neste espaço para que os paraibanos prejudicados possam encontrar meios de serem ressarcidos.